Os discursos sobre a cultura africana foram e ainda são caracterizados por distorções históricas, políticas, literárias e culturais e o cotidiano escolar ainda é marcado fortemente por práticas discriminatórias legitimadas por esses discursos que buscavam a inferiorização da população negra. Dependendo de como a questão da diversidade é tratada na escola, essa instituição pode auxiliar a criança a valorizar sua cultura, seu corpo, seu jeito de ser ou, pelo contrário, quando silencia diante dessa problemática, acaba por favorecer a discriminação. Diante disso, o presente trabalho se propõe a fazer reflexões no intuito de provocar a desconstrução desses discursos a partir da literatura, com a inserção no ambiente escolar de obras literárias que evidenciam aspectos positivos das pessoas e da cultura negra. A partir da análise da obra “Os nove pentes d’África”, da escritora Cidinha da Silva, pretende-se buscar estratégias para levar as crianças e os adolescentes a conhecerem a história e a cultura africana, além de permitir valorizar a imagem da criança negra, como também possibilitar o reconhecimento e a valorização das demais pela sua cultura. Utilizando como aporte teórico Gomes (2001), Cavalleiro (2005), Oliveira (2007), Arboleya (2008) Fagundes (2011) e outros, pretende-se, com essa reflexão, contribuir para a formação de um leitor crítico buscando na leitura uma forma de tratar as questões étnico-raciais a partir da construção e desconstrução de imagens através da literatura.