A perfuração de poços sempre representou um cenário desafiador à engenharia, sobretudo quanto ao seu planejamento. Com as otimizações da tecnologia de exploração na última década, locais antes inacessíveis tornaram-se os principais alvos exploratórios. A descoberta de enormes reservatórios carbonáticos abaixo de espessas camadas de sal, realizada pela PETROBRAS em 2006 no litoral brasileiro, elevara a produção nacional à um patamar observado em grandes exportadores ao mesmo tempo que tornava a engenharia de poços ainda mais complexa. Geólogos, geofísicos e engenheiros têm se dedicado à identificação e mapeamento de estruturas salinas ao redor do mundo, uma vez que a presença deste tipo de rocha em uma bacia sedimentar aumenta as chances de sucesso exploratório. Os desafios inerentes a este tipo de rocha se dá às propriedades geomecânicas intrínsecas do sal, que muito difere das rochas siliciclásticas e carbonáticas convencionais, quando sob um estado de tensões e temperatura constantes, apresentando comportamento de fluxo plástico (creep). Atravessar trechos salinos exige muita expertise e a identificação destes através de levantamentos geofísicos e em real time é de fundamental importância para elaboração de estratégias e controle da perfuração, implementando o que há de mais sofisticado para este campo.