Esse trabalho tem por objetivo relatar as experiências do autor com Educação Popular e Saúde na cidade de Juazeiro do Norte-Ce. Parte-se das vivências com a promoção da saúde em lugares não formais para tal prática. Diante dos movimentos ocorridos na experiência no projeto Educação Popular e Saúde com Povos de Terreiro em Juazeiro do Norte, foi necessário um retorno a própria contextualização histórico-política das práticas psicológicas para lançar mão de uma empreitada de um fazer psicologia compromissado com as questões sociais, que amarrem as discussões sobre desigualdades raciais, as questões relacionadas a dimensão étnico-racial e a multiplicidade religiosa e racial que compõem o país. Assim, os caminhos dessa experiência exigiu um retorno à própria formação em psicologia, para compreender os motivos pelos quais algumas questões dessas não eram abordadas dentro da sala de aula do curso. Portanto, estruturalmente, caso exija-se uma psicologia como ciência e profissão comprometida com as desigualdades sociais, de classe e gênero, onde existem modos que operam a opressão e a violência, com o objetivo de apagar as múltiplas singularidades, é preciso reorganizar o seu pensar e o fazer a partir das realidades cotidianas. Isso pode ser percebido dentro da experiência com os candomblecistas, onde para existir o engajamento ético e político do autor com as discussões particulares desse grupo, foi preciso reorientar-se epistemologicamente e metodologicamente a fim de imergir na realidade do modo de produzir um saber tribal dentro da cena caririense.