A hospitalização infantil configura-se como uma situação ameaçadora, que pode desencadear estados de ansiedade e angústia, podendo comprometer o desenvolvimento saudável da criança. Neste sentido, a discussão da humanização neste ambiente torna-se essencial, principalmente porque ela melhora a qualidade do atendimento, trazendo benefícios como a diminuição do tempo de internação e aumento do bem-estar geral de todos os envolvidos. O objetivo desse trabalho é relatar a experiência da psicóloga de um hospital universitário na pediatria, em suas práticas assistenciais e enquanto membro do Grupo de Trabalho de Humanização (GTH), a partir do referencial da Política Nacional de Humanização (PNH). As atividades desenvolvidas na pediatria em questão mostraram que, em relação à ambiência e ao direito a acompanhante, dispositivos desta política, o hospital encontra-se em conformidade com o que preconizado. A brinquedoteca e a estimulação do brincar se faz presente e auxiliam o desfocalizar da doença. Algumas dificuldades se apresentaram, como a corresponsabilização da equipe e trabalho interdisciplinar, o processo de comunicação com os usuários, o estímulo à autonomia e protagonismo dos sujeitos, ainda faltam ser fortalecidos. A relação entre equipe e acompanhantes revela um ponto de conflito, demonstrando a necessidade de maior investimento nas tecnologias leves neste processo de cuidado. As discussões dentro GTH parecem revelar um caminho inicial para a minimização dessas questões, configurando-se como um dispositivo que visa promover mudanças nestes modelos de atenção e gestão. Conclui-se que há necessidade de investimento em formação sobre PNH, para instituí-la e solidifica-la na própria cultura organizacional do hospital.