A Gliricidia sepium (Jacq.) Walp.) é uma leguminosa arbórea, conhecida popularmente no Brasil como gliricídia, sendo originária da América do Sul e Central, amplamente difundida nos trópicos. É uma planta multifuncional, servindo como quebra-vento, cerca-viva, forragem, produção de madeira, adubo verde e com grande potencial para contribuir com a fertilidade de áreas degradadas. A sua multiplicação pode ser realizada por sementes ou estacas, entretanto, devido à dificuldade em encontrar sementes, a propagação clonal torna-se mais viável. Com isto objetivou-se a avaliação do desenvolvimento de estacas lenhosas e semi-lenhosas de Gliricidia sepium. O experimento foi desenvolvido no Setor de Silvicultura, nas dependências do Laboratório de Ecologia Vegetal (LEV), do Centro de Ciências Agrárias (CCA), da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), em maio de 2017. A matriz escolhida de G. sepium estava localizada próximo ao Viveiro Florestal do CCA/UFPB, na qual com auxílio de uma tesoura de poda, coletou-se ramos no final da tarde, afim de evitar sua rápida desidratação, sendo confeccionadas 60 estacas do tipo lenhosa e 60 estacas do tipo semi-lenhosa. Em cada estaca foi dado um corte em bisel na parte inferior para facilitar a penetração da estaca no substrato e na parte superior para evitar o acúmulo de água. As mesmas foram plantadas em bandejas de acrílico, contendo areia lavada e irrigadas com borrifadores sempre que necessário. Após 25 dias da instalação, verificou-se o percentual de enraizamento e brotação das estacas. Das estacas lenhosas, 58,33% emitiram brotação, destas, apenas 1,66% apresentaram enraizamento. Já as estacas semi-lenhosas, 36,66% brotaram, na qual apenas 1,66% apresentaram enraizamento. A baixa porcentagem de brotações e enraizamentos ocorreu provavelmente devido à alta umidade que se encontrava no local, o que favoreceu o aparecimento de patógenos, que por sua vez, também afetou o desenvolvimento das estacas. Outros fatores que podem influenciar o pegamento das estacas são às condições fisiológicas, a idade e sanidade da planta-matriz, posição da estaca no ramo, o potencial genético de enraizamento, e o balanço hormonal, que são fatores endógenos, bem como, a temperatura, luz e tipo de substrato, que por sua vez são fatores exógenos. A espécie florestal estudada apresentou baixa taxa de enraizamento em ambos os tipos de estacas, contudo as estacas lenhosas apresentaram maior porcentagem de brotações quando comparadas com as estacas semi-lenhosa.