O presente estudo tem como objetivos primordiais identificar quais discursos e representa??es de g?nero est?o presentes nos videoclipes postados no YouTube e problematizar quest?es acerca da erotiza??o infantil. Para tal, deu-se ?nfase aos videoclipes de dois MCs mirins, a citar: MC Doguinha e Mc Melody. A partir da abordagem p?s-estruturalista, este trabalho fundamenta-se no campo dos Estudos de G?nero e dos Estudos da Inf?ncia. Considerando Inf?ncia como uma constru??o social, cabe ressaltar que ela compreende uma faixa et?ria peculiar e representa uma gera??o de indiv?duos. Desta forma, vistos como atores sociais e sujeitos de direitos, os infantes se constituem a partir da intera??o/interven??o com a cultura. Partindo deste pressuposto, dentre os distintos artefatos das inst?ncias da cultura midi?tica na internet, entende-se que os videoclipes no YouTube atuam como ve?culo(s) de propaga??o e legitima??o de ide?rios. Eles difundem n?o apenas discursos e representa??es - em voga nos mesmos, mas tamb?m valores que regulam condutas e (re) produzem modos de ser menina e modos de ser menino. A partir da an?lise do material, deseja-se articular algumas quest?es envolvidas no processo de constitui??o de identidades de g?nero na(s) Inf?ncia(s) contempor?nea(s), tais como adultiza??o, sexualiza??o e erotiza??o. Situando-se na pesquisa qualitativa, este trabalho tem como objetivos conhecer o(s) significado(s) dos modos de ser menina e dos modos de ser menino compartilhado(s) pelos Mcs mirins em seus respectivos videoclipes no Youtube e mapear o(s) efeito(s) dos artefatos culturais referenciados no estudo. Para tal, por se tratar de uma metodologia de pesquisa para ambiente virtual, onde ocorre observa??o cient?fica dos espa?os digitais para coleta de dados, a Etnografia Digital foi adotada. Por estar ainda em desenvolvimento, os resultados da pesquisa s?o parciais. A an?lise inicial dos dados sugere que os discursos e representa??es constantes nos videoclipes regulam e padronizam condutas infantis, naturalizando comportamentos que remetem ao borramento de fronteiras entre o mundo adulto e o mundo infantil. Isto pode ser verificado, entre outros, atrav?s da exposi??o prematura a conte?dos inapropriados (cenas er?ticas, por exemplo) e a est?mulos com apelos sexuais aos infantes (indiv?duos sem a condi??o necess?ria para compreend?-los). Sendo assim, as crian?as da(s) Inf?ncia(s) contempor?nea(s) s?o subjetivadas por modos de ser menina e modos de ser menino compartilhados atrav?s de videoclipes que apresentam tais pr?xis como naturais.