Mundialmente, a transição demográfica e epidemiológica provoca o aumento do número de pessoas idosas e um alto índice de doenças crônicas não transmissíveis, destacando-se neste contexto, a necessidade de prestação de cuidados paliativos. Devido ao não preparo dos cuidadores familiares, assistir indivíduos sob cuidados paliativos pode acarretar vários problemas biopsicossociais. O presente estudo objetivou averiguar os sentimentos e desafios vivenciados pelo principal cuidador familiar de pacientes em cuidados paliativos. Trata-se de um estudo descritivo com abordagem qualitativa. A população do estudo foi constituída pelo principal cuidador familiar de pacientes idosos em cuidados paliativos que residem na área de abrangência do Posto de Assistência Primária à Saúde, na cidade de Cajazeiras, Paraíba. A amostra foi constituída por sete indivíduos. Foram incluídos os cuidadores maiores de 18 anos que residiam em microáreas cobertas por agentes comunitários de saúde. Foram excluídos os cuidadores que não puderam ser contatados durante o período da coleta de dados. Os dados foram coletados mediante entrevista gravada utilizando-se de questionário semiestruturado como guia. Os dados objetivos foram analisados por meio de estatística descritiva e os subjetivos pela análise de conteúdo de Bardin. Ao exercerem essa atribuição, os cuidadores principais de idosos em cuidados paliativos desenvolveram uma ambiguidade de sentimentos que varia entre aspectos positivos e negativos e entre os principais desafios encontrados foram apontados teimosia, dificuldade de comunicação, agressividade, agitação e baixa disponibilidade de tempo. Faz-se necessário uma assistência de saúde direcionada ao binômio cuidador-paciente, de forma a promover sua saúde e melhorar sua qualidade de vida.