O ato de fumar foi visto como bom comportamento durante décadas, glamourizado como padrão de beleza e independência. Todavia, antes visto como moda a ser seguida foi sendo pontualmente substituída pela preocupação com questões relacionadas à saúde. Embora a legislação brasileira tenha mudado ao longo das décadas, tornando-se mais proibitiva em relação à cigarros ou correlacionados e reduzindo a propaganda, ainda há muito a ser trabalhado para que haja significativa redução do consumo de tais produtos. Neste contexto, temos conhecimento que o processo de envelhecimento é algo inato do sistema biológico. É um fenômeno muito complexo que inter-relaciona fatores genéticos e ambientais, e, dentre estes, o tabagismo representa um poderoso acelerador do envelhecimento. Objetiva-se avaliar os motivos para abstenção do cigarro entre pacientes idosos adeptos do tratamento ao tabagismo no Ambulatório do Hospital Universitário Alcides Carneiro, na cidade de Campina Grande-PB. O presente estudo quantitativo descritivo foi realizado no Hospital Alcides Carneiro na cidade de Campina Grande, Paraíba, no período de Fevereiro à Dezembro de 2016. Foram sujeitos 31 idosos, sendo 12 do sexo masculino e 19 do sexo feminino que aderiram voluntariamente ao tratamento multidisciplinar. Da totalidade dos sujeitos, 93,5% relataram estar preocupados com a saúde no futuro, 87,1% preocupam-se com o bem-estar da família; 77,4% relatam que gastam muito dinheiro com o cigarro; 74,2% relacionam que está afeando sua saúde; 71,0% listam como preocupação os filhos e que também acham que fumar é um mal exemplo para as crianças; 67,7% não gostam de ser dependentes; 64,5% acham antissocial o hábito de fumar; 45,2% afirmam que outras pessoas estão pedindo para parar de fumar e 25,8% correlacionam as restrições de fumar em ambientes fechados. Conclui-se que a proposta de auxiliar usuários da rede básica a deixar de fumar se constitui num desafio, exigindo persistência, disponibilidade e criatividade por parte dos profissionais envolvidos. Dentre os 31 pacientes, apenas 9 conseguiram se abster do cigarro, conduzindo a afirmar ser a dependência à nicotina algo muito forte. Destaca-se a necessidade de reforço especial na motivação e acompanhamento desses pacientes, sem os quais os participantes não conseguiriam deixar de fumar e se manter em abstinência.