Introdução: O envelhecimento humano faz parte da realidade da maioria dos brasileiros hodiernamente, visto que envelhecer é uma mudança de alguns indicadores de saúde como a queda da fecundidade e da mortalidade, assim como a elevada esperança de vida. Nesse contexto, muitos idosos se encontram institucionalizados em ambientes de longa permanência e uma atenção maior ao atendimento do idoso se faz necessário.Com isso, as Instituições de Longa Permanência (ILP) possuem conflitos morais que emergem no cuidado aos idosos, levando-se em consideração que os mesmos se encontram em situação de vulnerabilidade e que, nas situações mais extremas, são incapazes de zelar pelo próprio bem-estar. Objetivo: relatar os principais conflitos morais vivenciados pelos acadêmicos de fisioterapia no atendimento ao idoso institucionalizado. Metodologia: Trata-se de um estudo descritivo com abordagem qualitativa do tipo relato de experiência que retrata a vivência pelos acadêmicos de Fisioterapia no estágio de Saúde do Idoso I e II da Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas – UNCISAL no período de fevereiro de 2016 a agosto de 2017. O local do estudo foi a Instituição de Longa Permanência localizada na Rua Santo Antônio, n°1083, bairro Ponta Grossa da cidade de Maceió. . O atendimento na ILP ocorreu às segundas feiras de 13 às 15horas e no final eram realizadas rodas de conversas com discussões e exposições das potencialidades e/ou dificuldades no atendimento, bem como os conflitos éticos e morais presenciados pelos acadêmicos de fisioterapia. Resultados e Discussão: No início do atendimento, o preceptor do estágio dividiu os acadêmicos e, nesse momento, o primeiro principio ético foi empregado - justiça. Idosos que necessitavam de maiores cuidados ficavam em atendimento por três alunos, para os casos mais simples, apenas um estagiário era designado. Com isso, o principio da justiça era respeitado com o objetivo de promover a equidade em saúde. O principal dilema bioético encontrado foi o conflito entre os dois princípios: autonomia e beneficência. Respeitar à autonomia do idoso em relação a recursar-se a receber o tratamento fisioterapêutico ou realizar o atendimento, pelo fato do exercício físico ser benéfico para a sua condição de saúde. Durante o período de atendimento na ILP foi respeitado à autonomia dos idosos. A linha tênue entre beneficência e não maleficência foi vivenciada durante todo o estágio decorrente da debilidade física em que se encontravam os idosos, em sua maioria em situação de cuidados paliativos. Conclusão: A partir da vivência no atendimento ao idoso em ILP foi possível evidenciar a importância da bioética na formação do Fisioterapeuta frente aos dilemas éticos e tomadas de decisões.
O respeito à autonomia do indivíduo é recente na atenção a saúde, e, com isso, necessita de um trabalho de conscientização com os profissionais para garantir um atendimento ético e pautado nos valores morais coletivos com respeito às crenças, desejos, aspirações e valores próprios dos indivíduos, mesmo quando esses princípios forem opostos aos dominantes na sociedade atual.