O aumento da longevidade da população brasileira e a redução nas taxas de mortalidade e fecundidade modificaram a representação demográfica do país, configurando-se como uma das populações que envelhecem mais rapidamente no mundo. O presente estudo observou as condições funcionais e de saúde bucal de indivíduos residentes em uma instituição de longa permanência em um município de médio porte de Minas Gerais. Nessa pesquisa observacional transversal utilizou-se um questionário semiestruturado para captação das variáveis sociodemográficas e funcionais, bem como realizou-se, segundo os índices adotados pelo levantamento de saúde bucal (SB 2010) e os critérios preconizados pela Organização Mundial da Saúde (OMS), o exame clínico para aferir as condições de saúde bucal. O examinador foi devidamente treinado e calibrado, assegurando assim a confiabilidade do estudo. Foram avaliados 78 indivíduos, com idade variando entre 48 e 103 anos, e identificou-se que 50% destes eram do sexo feminino. Em relação à faixa etária observou-se que 82% possuíam mais de 65 anos de idade, quanto ao grau de dependência verificou-se que 48,7% eram dependentes e 51,28% independentes. O CPO-D desta população institucionalizada foi de 30,5, sendo que 97,7% eram para dentes perdidos; em 75,6% o edentulismo era total. Os dados indicam que a saúde bucal dos institucionalizados é precária e as deficiências físicas e psíquicas podem estar comprometendo ainda mais as condições da saúde bucal destes, pois o nível de higienização bucal esperado também foi baixo. É necessário uma maior atuação dos profissionais odontólogos dentro da instituição.