O campo das Práticas Integrativas e Complementares em Saúde (PICS) baseia-se em abordagens que trabalham com modos alternativos de prevenção e recuperação da saúde, com foco na valorização da escuta, no fortalecimento do vínculo e na integração do ser humano com a natureza. Porém, existe um hiato entre as necessidades da população e o que as instituições de ensino colocam na trajetória da formação. O programa Vivências e Estágios Na Realidade do Sistema Único de Saúde (VER-SUS) constitui-se como um importante instrumento para promover tais mudanças na formação. Este trabalho visou discutir as percepções de estudantes da saúde sobre as PICS a partir das experiências vivenciadas em uma edição do VER-SUS no Vale do São Francisco. Trata-se de um trabalho com abordagem qualitativa e descritiva, refletindo sobre as impressões de estudantes do projeto VER-SUS sobre as PICS. O trabalho teve como instrumento de análise os relatórios da comunidade “Vale do São Francisco – Senhor do Bonfim, Petrolina e Juazeiro, edição 2016.1”, que continha relatório de 25 viventes. Para alcançar o objetivo geral, os dados analisados foram elencados em duas categorias: As Práticas Integrativas na Formação em Saúde e Paradigmas Entre o Saber Tradicional e o Saber Científico. Percebeu-se que os espaços sobre PICS na universidade são escassos. Apesar disso, os estudantes percebem a necessidade da existência de processos formativos sobre a temática voltados para os profissionais, enquanto não questionam a ausência desses conteúdos na graduação. Ademais, foi identificado entre os participantes conflitos quanto a natureza das práticas, que fogem do paradigma cientifico e acadêmico. Assim, conclui-se a partir das narrativas que o VER-SUS propõe a mobilização de estudantes para a militância do SUS, favorecendo o questionamento de paradigmas hegemônicos nos campos da saúde e da vida para além da academia.