O cinema compreende o imaginário urbano e os códigos que permeiam as relações sociais no âmbito da cidade. Suas formas constitutivas, assim como os imperativos simbólicos, podem servir ao processo de identificação da construção do espaço urbano no cinema como um dispositivo de representação da realidade social. Dessa forma, o objetivo deste trabalho é identificar e analisar a construção simbólica das identidades e das corporalidades no espaço urbano fílmico e, assim, entender como que a cidade filmada é também objeto do imaginário urbano e que funciona como cenário para representações de mulheres. Para efeito de análise empírica, privilegiaremos a apreciação dos curtas-metragens Janaína Colorida Feito o Céu (Babi Baracho, 2014) e Noturnos (Carito Cavalcanti, 2012), e também discutir quais são os elementos que estão presentes nas narrativas desses filmes para a compreensão das poéticas do corpo, sobretudo, do feminino, nas abordagens dos filmes elencados para análise cinematográfica. Afere-se aqui, portanto, que por meio das poéticas do corpo, as narrativas dos curtas-metragens produzem leituras do entendimento das questões de gênero tendo como prerrogativas as identidades e corporalidades situadas no cenário do espaço urbano da cidade.