Ao tomarmos a população de lésbicas, gays, bissexuais, travesties, transexuais e transgêneros (LGBT) e o uso de drogas, o que vem à tona, é o peso moral como que essas sexualidades são tratadas socialmente, onde a questão das drogas é mais um elemento moralizador sobre o desvio de conduta das diferenças sexuais frente a cisheteronormatividade. Problematiza-se o peso dessas discriminações e preconceitos para LGBT e o uso prejudicial ou não de drogas lícitas e/ou ilícitas, como alívio para os sofrimentos psicossociais, traduzidos como homophobia e transfobia. Propõe-se uma cartografia da multiplicidade sobre a relação LGBT e drogas, tomando como referência os marcadores sociais de diferença e suas interseccionalidades, bem como as configurações dos cenários de uso e as drogas, como o consumo de produtos sintéticos que se associam ao prazer sexual, as relações sexuais desprotegidas e as drogas injetáveis, o uso problemático de álcool e sua relação com depressões e suicídios, automedicação, uso indiscriminado e sem orientação médica de hormônios etc. Observa-se que as vulnerabilidades estão mais localizadas na violência e discriminação do que no consumo problemático de drogas em si, essas sim são as diferenças em relação aos heterossexuais e seu uso.