O treinamento realizado em terra seca, é uma alternativa que vem sendo utilizada por muitos técnicos de natação para trabalhar a força e a potência fora do ambiente líquido. Entretanto, a utilização desse método, apesar de apresentar ganho motor em terra, apresenta resultados divergentes quanto a transferência de ganho para o desempenho na água. Dessa forma, o objetivo do presente estudo foi verificar o efeito de dois modelos de treinamento resistido em terra seca. Vinte e três nadadores foram divididos entre grupo de treinamento com pesos livres (GTPL; n = 11), grupo de treinamento de força convencional em aparelhos (GTFC; n = 6) e grupo controle (GC; n = 6). O estudo teve duração de cinco semanas (50 minutos, 3∙semana-1). Durante os períodos de avaliação (i.e., antes e após treinamento) foram determinados: força em nado atado, potência em saltos (countermovement Jump – CMJ, squat jump - SJ e salto horizontal parado SHP) e desempenhos para as distâncias de 50m (D50), 100m (D100) e 200m (D200). A comparação entre os momentos de avaliação foi realizada por meio da ANOVA two-way para medidas repetidas, seguida do post hoc de Tuckey, quando necessário. Posteriormente as variáveis de terra firme e água foram correlacionadas por meio do teste de Pearson (distribuição normal) ou Spearman (distribuições assimétricas). GTPL diminuiu significativamente os tempos para todas as distâncias ao final do período de treinamento (D50: 4,7%; D100: 6,3% e D200: 4,3%) e aumentou o desempenho na maioria das variáveis observadas em terra seca (CMJ: 5,5%; SJ: 4,5%). GTCV diminuiu significativamente o tempo apenas em D100 (2,9%). Não foram encontradas alterações significativas nos parâmetros de nado atado. Pode-se concluir que, apesar do treinamento com pesos livres ser mais eficiente para o desempenho em nado livre, a melhora do condicionamento em terra seca não explica estas melhoras no desempenho.