INTRODUÇÃO: O envelhecimento da população brasileira tornou-se um dos grandes desafios para o Sistema de Saúde. Durante tal processo é sabido que as alterações fisiológicas são comuns, embora não ocorram da mesma forma em toda a população idosa. Em alguns, essas alterações tornam-se patológicas necessitando da farmacoterapia para equilibrar os déficits observados nos mais variados sistemas. A população idosa apresenta particularidades com ênfase na utilização de medicamentos, devido a farmacocinética e farmacodinâmica, além de utilizarem medicamento inapropriados aumentando assim as chances de intoxicação. OBJETIVO: Estudar as intoxicações causadas pelo uso de medicamentos idosos. METODOLOGIA: Trata-se de uma revisão sistemática. Foram consultadas as seguintes base de dados: LILACS, Scielo e BVS saúde. Foram utilizados os seguintes termos de busca: “intoxicação medicamentosa AND idosos”,“elderly AND drug poisoning” e “medicamentos e idosos” em língua inglesa, espanhola e portuguesa. Foram estabelecidos limites de busca. Após a busca independente dos três revisores, foram encontrados 1587 artigos entre os anos de 2003 e 2013 e após a aplicação dos critérios de exclusão, 10 artigos foram selecionados para a análise. Aqueles que foram apresentados em mais de uma base de dados foram contabilizados apenas uma vez. RESULTADOS: Hawton et al. (2010) consideram que TCAs (antidepressivos tricíclicos específico) apresentam maior toxidade quando comparados ao Venlaxina e o nassa mirtazapina, verificando cuidados para indivíduos em risco. Bellec et al. (2009) verificaram 4 casos de intoxicação por colchicina e concluíram que é importante estabelecer uma diretriz específica para o uso de colchicina nessa população. Medicamentos não específicos, antibióticos sistêmicos, pscicotrópicos, psicoativos, anti-epilépticos, sedativos, hipnóticos e anti- parkinsonianos, resultaram em intoxicação que levaram a quedas e eventos traumáticos. Medicamentos para o sistema musculoesquelético e para o SNC foram prevalentes, tanto para uso terapêutico e por tentativa de suicídio foi verificado por Luna (2011). A clozapina apresentou risco de intoxicação moderada ou grave segundo Tramer et al. (2010). 57% da população estudada por Hu et al. (2010) apresentaram intoxicações por medicamentos, os benzodiazepnicos e varfarina foram os envolvidos. O primeiro também envolveu incidentes em idosos, que tinha probabilidade de chamada para o centro antivenenos finlandês, causado principalmente por erros de medicação de acordo com Kuitunen et al. (2008). Neurotoxicidade induzido pelo fármaco Amiodarona, seguido de ataxia e insuficiência hepática e mortalidade após overdose com mesmo fármaco também foram encontrados na literatura. Para Kuituner et al. (2009) os medicamentos incluídos na intoxicação foram furosemida, bisoprolol, risperedona e magnésio em idosos longevos. Já para Exposito et al. (2006), a dogoxina associada a clortalidona exibiu risco de intoxicação, amitriptilina com cimetidina apresentou toxicidade por inibição do metabolismo hepático e houve risco de toxicidade do Metildopa com a trifluoperazina. CONCLUSÃO: A auto prescrição medicamentosa, a eficácia na fiscalização de vendas de medicamentos ilícitos devem ser revistos com medidas administrativas e educativas para o menor risco de intoxicação no idoso. Sugerem-se mais estudos observacionais e retrospectivos voltados para compreensão dos fatores que desencadeiam a automedicação, como também o processo de intoxicação.