A administração concomitante com outro medicamento é conhecido como interações medicamentosas, que podem ser benéficas quando diminuem os efeitos adversos e melhoram na eficácia terapêutica. As interações podem trazer riscos e prejuízos ao paciente, quando os efeitos farmacológicos dos princípios ativos são potencializados ou anulados. No que se refere aos medicamentos mais prescritos em hospitais, os antibióticos são os responsáveis por 20% a 50% dos gastos com medicamentos. O objetivo desta pesquisa é fazer um levantamento epidemiológico das prescrições da ala de infectologia identificando os principais problemas relacionados às interações medicamentosas. Tratou-se de um estudo transversal, quantitativo, com coleta retrospectiva de dados, desenvolvido com pacientes internos no Hospital Universitário Alcides Carneiro (HUAC), em Campina Grande, desde novembro de 2016 a março de 2017 pacientes internos na ala de infectologia. Um dos critérios de inclusão dos pacientes na pesquisa foi fazer uso de pelo menos um antibiótico, dentro de uma terapia polimedicamentosa. Na identificação das interações medicamentosas utilizou-se a base de dados Micromedex®. Foram analisadas 60 prescrições e destas prescrições levantou-se um total de 770 medicamentos, onde as classes terapêuticas mais prevalentes foram antibióticos, analgésicos, antieméticos, anti-hipertensivos, dentre outros. Das 60 prescrições analisadas, foram prescritos 146 antibióticos. Após análise das associações medicamentosas em cada prescrição, foram encontradas 187 ocorrências de interações medicamentosas relacionadas a antibiótico, sendo elas: Azitromicina – Ondansentrona (5,4%), Diazepam – Coxcip 4 (5,4%), Coxcip 4 – Omeprazol (4,8%), Ciprofloxacina – Ondansetrona (3,7%). Portanto, faz-se necessário pesquisas nesta área, visando ampliar o conhecimento da equipe de saúde sobre interações fármaco-fármaco e possibilitar a implementação de estratégias e protocolos que auxiliem a equipe médica a identificar potenciais interações.