Introdução: A neuropatia diabética periférica (NDP) é definida como a presença de sinais e/ou sintomas de qualquer disfunção no nervo periférico em indivíduos diabéticos, após a rejeição de outras possíveis causas da afecção, podendo causar dor crônica, ataxia sensitiva, alterações da marcha, perda de equilíbrio estático e dinâmico, dentre outros. Embora a terapia medicamentosa seja comumente utilizada no tratamento da NDP, há evidências de que esta modalidade de tratamento possa incitar efeitos colaterais prejudiciais. O treinamento aeróbico surge como uma alternativa terapêutica válida, contribuindo para a recuperação das alterações sensoriais e motoras resultantes da lesão do nervo periférico. Objetivo: A presente revisão da literatura tem como objetivo avaliar os efeitos do treinamento aeróbio sobre a neuropatia diabética periférica, a fim de identificar os melhores meios de reabilitação para a afecção. Métodos: A presente revisão sistemática foi realizada em abril de 2017, utilizando os descritores “aerobic training” [OR] “aerobic exercise” e “diabetic peripheral neuropathy” nas bases de dados MEDLINE, PEDro, ScieLo, LILACS, Biblioteca Cochrane e Pubmed. Critérios de inclusão: ensaios clínicos que utilizaram o treino aeróbico supervisionado de forma exclusiva em indivíduos diabéticos com diagnóstico de NDP. Critérios de exclusão: (1) estudos realizados em modelos animais; (2) estudos que consideraram protocolos não-supervisionados de tratamento; (3) estudos que não consideraram o treino aeróbico de forma exclusiva no protocolo de intervenção; (4) relatos de caso; (5) revisões de literatura; (6) relato de experiência de pacientes submetidos ao treinamento aeróbico. Resultados: A busca inicial resultou em 215 artigos, sendo 6 deles compatíveis com o objetivo do estudo. Os estudos foram publicados entre 2007 e 2015, sendo a maioria (n=3) ensaios clínicos não-controlados. As amostras utilizaram um mínimo de 5 e um máximo de 84 sujeitos. A duração dos protocolos de exercício aeróbico variaram de 8 a 24 semanas, com frequência semanal mínima de 3 vezes e máxima de 6 vezes por semana. A intensidade dos exercícios variou de 40% a 75% do volume de oxigênio máximo (VO2MÁX) de cada indivíduo. A esteira ergométrica foi o material mais utilizado. O treinamento aeróbico promoveu aumento da velocidade de condução nervosa motora e sensorial, aumento da amplitude de condução nervosa motora, aumento da velocidade da marcha, melhora da qualidade de vida, diminuição da interferência da dor sobre o indivíduo, dentre outros. Conclusão: Os estudos analisados na presente revisão sistemática fornecem indícios acerca dos efeitos positivos que o treinamento aeróbico pode exercer sobre a neuropatia diabética periférica. Existe a necessidade da realização de mais estudos randomizados controlados com amostra humana, a fim de que os benefícios de tal modalidade de exercício possam ser isoladamente analisados.