O envelhecimento pode vir acompanhado de doenças degenerativas, crônicas, e de eventos incapacitantes como as quedas. Este acontecimento pode provocar um dano físico ou psicológico que interfere na qualidade de vida, contribuindo para o aumento da morbidade e mortalidade. Portanto, é relevante a presença do cuidador domiciliar, que é o responsável pelo auxílio na reabilitação do idoso após a queda, como também podendo ajudá-lo nas atividades diárias, como prestando cuidados higiênicos, ajudando com a alimentação e administrando medicamentos. Também é importante um ambiente projetado com total segurança, assim, deve-se evitar piso escorregadio, objetos no chão, escadas, entre outras medidas. Deste modo, faz-se importante obter os aparatos necessários que permitam uma maior independência e autonomia ao idoso, como piso antiderrapante, rampas e banheiro adaptado. Um ambiente que segue as normas de acessibilidade para os idosos é o Condomínio Cidade Madura, que é um projeto inovador no Brasil, tendo sido idealizado pelo Governo do Estado da Paraíba e pela Companhia Estadual de Habitação Popular. São casas para idosos acima de 60 anos e com baixa renda, possui centro de vivência, praça, academia, pista de caminhada e horta comunitária. A partir disto, o trabalho a seguir tem como objetivo relatar a vivência de quatro acadêmicos de Medicina da Faculdade Ciências Médicas da Paraíba realizando o acompanhamento de um idoso no Condomínio Cidade Madura, durante um semestre letivo de 2016. O incentivo para o aprofundamento acerca desse tema surgiu durante as aulas do Módulo de Geriatria concomitante às práticas do Módulo de Atenção em Saúde do Idoso. O acompanhamento se deu a partir de visitas à casa do idoso, onde foram feitas perguntas e anotações, em que eram descritos os acontecimentos do dia acompanhado pelos estudantes. Realizava-se uma reflexão acerca de sua vida e na última visita realizou-se a análise da sua Caderneta da Pessoa Idosa, a fim de verificar se estava completo e correto. O idoso acompanhado tinha 84 anos, era viúvo e morador do condomínio desde sua construção. Após ter sofrido episódios de queda, passou a ser acompanhado por uma cuidadora, devido às limitações físicas associadas à insegurança. Percebeu-se descontentamento com o envelhecimento, pela perda de autonomia para realizar suas atividades diárias e também solidão, apesar de receber visitas frequentes de seus familiares. A partir da análise das visitas e do contexto no qual este idoso está inserido concluiu-se o acompanhamento. Deste modo, é notável a importância de projetos como o Condomínio Cidade Madura, os quais são totalmente adaptados para os idosos e geram a possibilidade de serem mais bem assistidos além de permitir uma integração social entre eles. A experiência fortaleceu a sensibilidade do acadêmico para com o próximo, exercendo um papel humanizado, o qual é imprescindível para a atividade médica futura, além de que permitiu o conhecimento da realidade do idoso no Brasil.