INTRODUÇÃO: Normalmente, o cordão umbilical possui três vasos: duas artérias e uma única veia. As artérias conduzem o sangue proveniente do feto para a placenta e a veia tem a função de transportar o sangue oxigenado para a circulação fetal. Nesse contexto, quando ocorre algum distúrbio no desenvolvimento de uma destas artérias, teremos a gênese da anomalia conhecida como Artéria Umbilical Única (AUU), que é caracterizada pela presença de uma única artéria umbilical e uma veia, prejudicando, sobremaneira, no equilíbrio hemodinâmico e acarretando em diversos danos fisiológicos como também na morfogênese de inúmeros sistemas.
Ficou evidente que a AUU detém um grande potencial ofensivo para o organismo em formação, sendo uma das principais causas de mortalidade perinatal quer seja pelo desenvolvimento inadequado da placenta, restrição de crescimento intrauterino, o baixo peso ao nascer e até mesmo a prematuridade. Por sua relevância clínica, torna-se imperativo o conhecimento do seu funcionamento e da instalação desta patologia no período pré-natal para que o profissional médico possa diagnosticar corretamente e traçar estratégias que visem minimizar suas possíveis consequências.
Todos os aspectos supracitados despertam a necessidade de estabelecer padrões de doenças que costumam surgir em casos de AUU, isto é, identificar os principais sistemas acometidos mais frequentemente e a partir daí, analisar condutas médicas mais utilizadas através de seus respectivos protocolos, com o intuito de aperfeiçoar os atendimentos e, consequentemente, o tratamento do paciente.
METODOLOGIA: Estudo de publicações bibliográficas com base nos dados de sites como PubMed, SciELO, LILACS e Medline, utilizando-se os descritores anomalias congênitas, artéria umbilical única, cordão umbilical e ecografia nos últimos 14 anos (2002 – 2016). Após o uso de critérios de exclusão e inclusão, os resultados são oriundos de uma análise criteriosa de 10 artigos.
RESULTADOS E DISCUSSÃO: As malformações congênitas mais comuns encontradas são as que atingem o trato geniturinário (18,4 a 84%), seguida das que afetam o coração, ou seja, as cardiopatias (6,25 a 27,8%) e, por fim, as do Sistema Nervoso Central (7,7 a 19,4%).
Entretanto, lamentavelmente, apesar da relevância incontestável de tais achados, não foi evidenciado nenhuma investigação científica voltada para avaliação do recém-nascido com AUU, que tiveram comprometimento do Sistema Nervoso Central. É no mínimo intrigante, uma vez que ocupa o terceiro lugar no ranking das malformações associadas à AUU e um importante causador de óbito no cenário neonatal mundial.
CONCLUSÃO:Logo, os resultados mostram que existe um padrão de sistemas organicamente mais inclinados a serem malformados durante o período gestacional influenciado pela AUU e que cientificamente ainda não foi elucidado o porquê dessa preferência, além disso, não foi verificada a existência de protocolo para pelo menos uma consequência da AUU, trazendo à tona, o anseio de novas publicações que fomentem os bancos de dados para que a compreensão de como se portar no caso dessa doença seja a mais clara possível.