Na contemporaneidade, a individualização tem marcado de forma crescente as relações sociais (LIPOVETSKY, 1988; BAUMAN, 2008), o que contribui para o recrudescimento dos medos, da insegurança e das incertezas típicas da pós-modernidade (BAUMAN, 2001, 2004, 2013). Nesse cenário, se faz necessário repensar as formas de participação na sala de aula de forma a construir espaços para a construção de ambientes abertos ao entrelaçamento de vozes e à colaboração. Nesse sentido, este trabalho tem por objetivo analisar as percepções de alunos de graduação frente a uma experiência de ensino de inglês para fins acadêmicos (EAP) realizada em uma IES brasileira à luz da Teoria da Atividade (VYGOTSKY, 1934; ENGESTRÖM, 1999; LIBERALI, 2012, 2013) e levando em conta o caráter multimodal da linguagem (GRUPO DE NOVA LONDRES, 1996; KRESS, VAN LEEUWEN, 1996; ROJO, 2012). Após uma breve descrição do curso, buscaremos verificar as percepções dos alunos quanto aos momentos de colaboração (JOHN-STEINER, 2000; MAGALHÃES, 2010, 2011, 2014) enquanto processo que contribuiu ou não para a expansão de pontos de vista e a construção de ZPDs (VYGOTSKY, 1991). Esta é uma pesquisa que se insere no contexto da Linguística Aplicada por se tratar de uma investigação empírica de caráter indisciplinar (MOITA LOPES, 1996) que se volta para busca da transformação dos horizontes a partir da linguagem. Utilizamos como instrumento de coleta questionários impressos e online respondidos em três diferentes momentos do curso pelos alunos da disciplina Inglês. Os resultados sinalizam que, de forma geral, momentos de interação com os colegas foram apontados como os que mais contribuíram para o aprendizado dos alunos. Esperamos com esse trabalho apontar para a transformação das práticas de ensino de Inglês Acadêmico, no sentido de promover mais espaços de diálogo e momentos de colaboração crítica.