A exploração ocorre de forma irracional, ou seja, não atende a nenhum regime de manejo, logo, é de extrema importância atentar para o uso indiscriminado das florestas, que poderá gerar, consequentemente, o aparecimento de grandes áreas degradadas. A jurema-preta (Mimosa tenuiflora) pode se apresentar como uma alternativa eficiente para a produção de carvão vegetal. Com devida orientação quanto ao manejo desta espécie, pequenos produtores do semiárido poderão obter recursos financeiros através da venda do carvão vegetal, visto que o mesmo possui maior valor comercial que a lenha. Sabendo que a jurema-preta gera um carvão de alto poder calorífico, é de grande importância o estudo dos rendimentos gravimétricos do carvão desta espécie para que seja alcançado uma taxa de conversão térmica cada vez maior. Consequentemente, este trabalho objetiva avaliar a influência da taxa de aquecimento e do tempo de carbonização nos rendimentos gravimétricos em carvão vegetal, licor pirolenhoso e gases não condensáveis, gerando informações indispensáveis para o pequeno produtor de carvão vegetal. As toras de madeiras de Jurema-preta utilizadas para a produção de carvão vegetal foram coletadas na área experimental da Unidade Acadêmica Especializada em Ciências Agrárias (UAECIA) da UFRN, localizada no município de Macaíba, no Estado do Rio Grande do Norte. As toras foram divididas em discos com espessura de aproximadamente 2 cm e, em seguida, foram partidos em pedaços menores com auxílio de um facão. As carbonizações foram realizadas na mufla, em laboratório, e foram utilizadas três marchas de carbonização: 1,87ºC.min-1 (4 horas); 1,5ºC.min-1 (5 horas) e 1,53ºC.min-1 (6 horas). Foram realizadas 5 repetições de cada marcha de carbonização e em cada carbonização foram calculados os rendimentos gravimétricos de carvão, licor pirolenhoso e gases não condensáveis. Para a realização das análises estatísticas foi utilizado o programa BioEstat versão 5.3 sendo realizado o teste de normalidade, Shapiro Wilk, e as médias foram comparadas pelo o teste de Tukey ao nível de 5% de significância. Ao fim deste trabalho, foi possível constatar que as marchas utilizadas neste trabalho não influenciaram nos rendimentos do carvão, porém, quando há um sistema de reaproveitamento dos gases, a marcha que apresenta melhores resultados é a de 6h. Para um pequeno produtor que consegue condensar estes gases e realizar a sua venda, podemos observar que é o mais prudente é utilizar uma marcha com temperatura final maior, como mostram os resultados. A Jurema-preta é uma espécie que pode ser utilizada na produção de carvão vegetal, apresentando rendimentos de carvão satisfatórios, além de apresentar um poder calorífico alto, como mostra a literatura.