Nos últimos anos, o debate acerca do ensino de língua adicional (LA) para surdos vem ganhando espaço na agenda da Academia – movimento que vai de encontro a crenças cristalizadas de que esses sujeitos estejam impossibilitados de tal conquista. Entendemos que a diferença comum a todos os surdos pode comprometer a aprendizagem de línguas orais, mas que, inseridos em duas culturas, esses sujeitos buscam quebrar bloqueios comunicacionais e manter o bilinguismo social. Nesse contexto, buscamos avançar nos estudos a partir de discussões na disciplina Aquisição de Linguagem da Criança Surda, no Programa de Pós-graduação em Ciências da Linguagem da Universidade Católica de Pernambuco. O objetivo da pesquisa foi estabelecer uma relação à concepção histórico-cultural da aquisição da linguagem, na perspectiva de Vygotsky, e o ensino de uma língua adicional para surdos. Para tal, buscamos nos fundamentar em estudos de Chomsky, Bakhtin, Vygotsky – com estudos acerca da aquisição de linguagem –, Quadros e Schmiedt – com questões de surdez –, Oss, Paiva, Souto et al – com conceitos importantes no trabalho com língua adicional, dentre outros. A metodologia utilizada foi a qualitativa, uma vez que permite uma melhor descrição dos eventos comunicativos emergentes durante a intervenção para o ensino da língua inglesa. Para a realização da pesquisa propusemos dez encontros previamente planejados para intervenção, na qual trabalhamos o inglês como língua adicional para surdos. Os resultados da pesquisa nos permitem esperar que estejamos contribuindo para a adoção de uma postura que nos distancia da proposta que trata o ensino de uma língua adicional para surdos como se fora para ouvintes, uma vez que o surdo apresenta características peculiares a quem apresenta perdas auditivas graves.