O presente artigo tem como objetivo problematizar o papel social da mulher na sociedade do século XX, evidenciando como os costumes e valores dessa época tendem a prevalecer na contemporaneidade. A discussão, aqui empreitada, parte da leitura do poema A serenata, da escritora mineira Adélia Prado. A análise do poema permitirá refletir acerca do casamento como pressuposto essencial para a realização pessoal da mulher, uma vez que a voz poética exprime sua angústia diante da espera da serenata de seu amado. Sua angústia está centrada, sobretudo, no medo desse homem demorar a vir e quando chegar não encontrá-la mais jovem. Haja vista que, na sociedade burguesa, o costume era que as mulheres casassem no apogeu da juventude. A mulher esteve sempre submetida aos padrões de beleza, tendo que ser bela e jovem para que assim pudesse casar, afinal, o matrimônio era o único objetivo e a única meta das mulheres burguesas na sociedade patriarcalista. Para fins de estudo e análise, recorrer-se-á às contribuições teóricas de Machado (2010), Telles (2010), entre outros.