Após realizar o curso de aprimoramento profissional no Hospital de Clínicas da UNICAMP e após trabalhar por 05 anos como assistente social de uma equipe multiprofissional de assistência em hospital privado na cidade de Franca/SP, foi possível constatar alguns dos entraves e barreiras que enfrentam a população idosa no que diz respeito ao acesso aos serviços e recursos (materiais e humanos) no âmbito da assistência domiciliar.A situação de dependência para fazer as atividades diárias muda toda uma rotina da família. A pessoa idosa acamada, por exemplo, depende de alguém para fazer por ela todas as suas atividades de higiene, alimentação, mobilidade, entre outras. Geralmente este ajudante, também conhecido como Cuidador, é alguém da própria família e precisa estar disponível para realizar os cuidados. Além do Cuidador, há outros profissionais que precisam ser considerados nesta rede de proteção, como o fisioterapeuta, nutricionista, enfermeiro, fonoaudiólogo, médico, farmacêutico, dentista, musicoterapeuta, psicólogo, assistente social, etc. Na cidade de Franca, o atendimento domiciliar público existe por meio das unidades do Programa de Saúde da Família (PSF), sendo apenas cinco unidades existentes constituídas por uma equipe básica - médico clínico geral, enfermeiro, técnico de enfermagem e agente comunitário de saúde. Tal quadro leva a refletir sobre a carência da população idosa, que aumenta a cada dia e encontra-se sem acesso, uma vez que pode não obter mais a independência e/ou autonomia para mobilidade e auto cuidado.Os recursos disponibilizados na rede pública de saúde muitas vezes não são suficientes ou específicos às necessidades do paciente. Os recursos necessários à manutenção da saúde da pessoa que seja garantido este direito de acesso à rede de proteção da saúde, e isto torna-se um desafio à medida que contradições são postas entre direito universal e idosa acamada acabam sendo custeados pela família. O assistente social trabalha para seletividade, entre recursos disponíveis e recursos necessários, compreender a situação apresentada além do seu imediato, resgatar a humanização que foi perdida com o desenvolvimento de uma sociedade desigual, entre outros. Portanto, além das reflexões supracitadas, tal experiência profissional nos remete também às seguintes questões: a saúde é um direito de todos ou apenas de quem necessita, sob um julgamento daquilo que os serviços estabelecem como critérios? E, se existem e quais são as propostas de políticas atuais para esta demanda?Neste sentido é que pensamos na necessidade de efetivação da saúde como um direito de todos e de forma equitativa, onde as necessidades específicas sejam atendidas, todos tenham condições dignas e que haja acesso de todos aos serviços e recursos.