As neoplasias malignas estão entre as maiores causas de morte por doença no Brasil. Acomete pessoas de ambos os sexos e de diferentes idades. A sua patogenia é complexa e seu tratamento pode incluir diversas modalidades terapêuticas – cirurgia, quimioterapia e radioterapia. A própria patogenia das neoplasias, bem como os efeitos colaterais da terapia antineoplásica pode promover a ocorrência de complicações em diversos locais do organismo, incluindo o sistema estomatognático. Diante desse fato, torna-se de vital importância à atuação de uma equipe multiprofissional, contemplando a participação dos profissionais da odontologia no tratamento do paciente oncológico. Entre as complicações estomatológicas pode-se citar: a mucosite, infecções oportunistas, cárie de radiação, trismo, osteorradionecrose, disgeusia, disfagia, xerostomia, entre outras. Tais complicações podem aumentar a morbidade associada à neoplasia e interferir com os esquemas antineoplásicos, sendo necessário que haja dentro da equipe multiprofissional a presença do cirurgião-dentista em todas as fases de desenvolvimento e tratamento da doença. Sua atuação pode ser do tipo preventiva ou curativa. Os procedimentos do tipo preventivo devem ser iniciados antes da realização da radioterapia. Quando administra-se um tratamento odontológico antes de um tratamento oncológico, é necessário que haja um planejamento prévio. Apesar do campo de atuação do cirurgião-dentista volte-se majoritariamente para a cavidade oral, para que o tratamento odontológico ao paciente oncológico seja eficaz o cirurgião-dentista deve ter domínio do conhecimento sobre o desenvolvimento da doença e suas possíveis alterações, objetivando reduzir os efeitos adversos do tratamento, prolongar a expectativa de vida do paciente e conceder a melhor qualidade de vida possível durante e depois do tratamento oncológico.