Quando em 09 de janeiro de 2003 entrou em vigência a Lei 10.639 estava posto um dos maiores desafios que a educação brasileira teria que enfrentar em toda a sua história: tornar possível o ensino de história e cultura africana e afrobrasileira dentro das diretrizes nacionalmente estabelecidas. Ao longo desses (quase) 10 (dez) anos o que foi efetivamente realizado? Quantos obstáculos e barreiras ainda se têm para superar? Este artigo apresenta os resultados parciais de uma pesquisa em andamento, financiada pelo PROPESQ (Programa de Pesquisa da Universidade Estadual da Paraíba) e pelo PIBIC, que objetiva investigar como está se dando o processo de implementação da Lei a fim de verificar se ocorreram mudanças no currículo, no material didático, nas práticas e na formação docente no sistema público de ensino de Campina Grande-PB, sendo que a mesma toma como recorte empírico as escolas da rede municipal de ensino. É uma pesquisa de duplo caráter: Levantamento Diagnóstico e Pesquisa-Ação, já que promove intervenção (via extensão) na realidade estudada. Os resultados que vamos apresentar neste artigo resultam dos contatos iniciais com o campo, a partir da observação, das entrevistas e da aplicação do questionário. Os instrumentos para coleta de dados foram estruturados a partir da leitura e análise de uma série de documentos nacionais e internacionais. A pesquisa viabilizará a identificação dos obstáculos e barreiras existentes para a concretização do processo de implementação da Lei 10.639/03, imprescindível para construção de uma educação plural, orientada pelo respeito a diferença.