A população em situação de rua no Brasil apresentou um crescimento significativo nos últimos anos, especialmente nas principais capitais do país, como é o caso da cidade do Rio de Janeiro. Órgãos oficiais apontam para números alarmantes, indicando os processos de desigualdade social e segregação espacial. A cidade do Rio de Janeiro enfrenta cotidianamente os impactos climáticos, principalmente no que tange eventos de chuvas e altas temperaturas. Esse contexto demonstra um caráter de exposição aos riscos e intempéries urbanas que é agravado pela situação de vulnerabilidade e carência de infraestrutura e políticas eficientes para atender essa população. Com isso, o presente trabalho buscou analisar alguns resultados divulgados pelo Censo SUAS dos últimos anos, entre 2020 e 2023, em relação às Unidades de Acolhimento da cidade do Rio de Janeiro, buscando avaliar o funcionamento da política no enfrentamento aos riscos climáticos. Foram coletados dados censitários e da Secretaria Municipal de Assistência Social. Como resultados foi possível perceber as limitações na política de acolhimento em relação a espacialidade e estrutura das unidades. Torna-se necessário, portanto, o olhar atento para as demandas e desafios que tocam essa população em situação de vulnerabilidade, compreendendo também o papel do poder público no oferecimento de mecanismos de acolhimento e proteção, para que seja possível oferecer o acesso aos direitos básicos e enfrentar o caráter higienista e ações segregadoras.