As condições e as relações de trabalho nas escolas se constituem fatores que colaboraram para a emergência de quadros de ansiedade, depressão, estresse pós-traumático e outros manifestados pelos professores da educação básica, inclusive na região Amazônica. Haja vista, elas envolverem os distintos atores educacionais, suas responsabilidades, os vínculos afetivos e a estrutura predial. Consequentemente, a situação motivou a promoção de um curso de formação continuada voltado a saúde mental do professorado ligado à Secretaria Municipal de Educação de Manaus – SEMED. Em 2023, simultaneamente, com o início do curso, foi executada uma pesquisa-ação, com a finalidade de compreender as causas do adoecimento psicológico dos profissionais da rede pública municipal de ensino manauara. Para tanto, foi aplicado a escuta clínica e um questionário respondido individualmente pelos 60 docentes cursistas, as informações logradas foram submetidas ao método análise de conteúdo (FRANCO, 2010). Os resultados evidenciavam que a tensão diária relatada pelo grupo amostral, por um lado, advinha da relação interpessoal conflituosa entre os professores e pais/responsáveis dos estudantes, consistindo em ameaças verbais e depreciações constantes do trabalho pedagógico executado pelos docentes no recinto escolar, por outro lado, procedia do assédio moral praticado por gestores escolares e gerentes de divisões, materializado em ações e discursos emitidos em reuniões e encontros pedagógicos, que visavam persuadir os professores a alcançarem por intermédio de seus estudantes, resultados satisfatórios em suas unidades de ensino no processo avaliativo do Sistema de Avaliação da Educação Básica – SAEB, do Ministério da Educação - MEC. Desse modo, constatou-se que a categoria profissional vivencia no exercício do magistério relações de trabalho tensas que contribuem na apropriação de sentimentos de angústias e emoções conflitivas que no decorrer da carreira os adoecem física e mentalmente.