O que se entende hoje por Transtorno do Espectro Autista vem do agrupamento de um conjunto de transtornos que compartilhavam características comportamentais muito similares e peculiares. É uma condição complexa que possui ampla variação e necessidades de apoios e suportes, encontrando-se desde indivíduos altamente funcionais àqueles com pouca funcionalidade, que demandam a necessidade de intervenções intensas e em diversas áreas da vida. Este estudo tem por objetivo analisar elementos dos modelos biomédico e biopsicossocial da deficiência para caracterização do Transtorno do Espectro Autista. Uma pesquisa qualitativa, realizada a partir de uma revisão da literatura. Na maioria dos estudos de diferentes áreas sobre o TEA, inclusive na educação, observa-se que ele é apresentado sob o modelo biomédico da deficiência, conforme descrito e apresentado nos manuais diagnósticos de saúde mental, nos transtornos do neurodesenvolvimento caracterizados por seus déficits, dificuldades ou atrasos. Uma visão que segrega e exclui o sujeito, além de impossibilitar a sua participação plena em todos os espaços sociais. Influenciado pelo movimento da neurodiversidade, o modelo biopsicossocial, por sua vez traz, a partir de uma abordagem multidisciplinar, traz a compreensão do TEA sob dimensões que envolvem questões além da patologia corporal, como os fatores socioambientais, psicológicos e pessoais. Embora alguns considerem estes modelos como opostos, ao entendê-los como complementares, cria-se uma compreensão ampliada dessa condição tão complexa. Compreender o sujeito com TEA a partir de uma visão interdisciplinar, além de garantir os seus direitos sob a ótica da equidade, permite conhecer as potencialidades e dificuldades existentes no processo de ensino e aprendizagem comuns em educandos no espectro autista dentro do contexto escolar.