O nutricionista é essencial para prevenção, proteção, promoção e recuperação da saúde das pessoas transgênero. Durante o processo transexualizador do Sistema Único de Saúde, sua atuação é ainda mais necessária, face aos múltiplos desdobramentos na saúde e bem-estar físico, mental e social. Este trabalho pretende discutir sobre este tema com base na experiência do nutricionista do Ambulatório Identidade de Transdiversidade do Hospital Universitário Pedro Ernesto da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, reconhecido pelo Ministério da Saúde. O Direito Humano à Alimentação e Nutrição Adequada quanto o Direito à Saúde vêm sendo ampliados pela atuação desse profissional em múltiplas direções, com base nas necessidades da população atendida: 1) busca de estratégias para mitigar a insegurança alimentar e nutricional; 2) prevenção e/ou controle de problemas de saúde relacionados à nutrição diretamente associados à hormonização; 3) intervenção nas práticas alimentares não-saudáveis que favorecem distúrbios nutricionais; 4) vigilância dos comportamentos de risco para transtornos alimentares; 5) acompanhamento nutricional no período perioperatório de procedimentos cirúrgicos realizados no processo transexualizador. Os resultados desta atuação confirmam a necessidade de inclusão do profissional nutricionista na equipe mínima dos serviços de atenção especializada no processo transexualizador no SUS.