A disfunção temporomandibular (DTM) é um grupo heterógeneo de condições clínicas que envolvem dor e disfunção da articulação temporomandibular (ATM), da musculatura mastigatória e/ou tecidos anexos e afeta cerca de 31% dos adultos e idosos. No âmbito do Projeto FERA (Functional Evatuation to Reach Healthy Aging) para acompanhamento de indicadores de saúde e comportamento durante a prática da atividade física em grupo, foi realizado um estudo observacional, transversal e analítico, com uma amostra de conveniência composta por participantes do programa Famalicão em Forma (FEF), de um município do norte de Portugal. O objetivo foi caracterizar os participantes quanto à presença de DTM dolorosa e verificar a sua correlação com indicadores de saúde mental. Foi aplicado um questionário de caraterização sociodemográfica e antropométrica, o rastreio de DTM dolorosa e outras questões de saúde mental. O rastreio de DTM foi realizado através do TMD Pain Screener, do Diagnostic Criteria for Temporomandibular Disorders (DC/TMD). Os indicadores de saúde mental avaliados foram a cognição através do Montreal Cognitive Assessment e a depressão através da Geriatric Depression Scale – 5 (GDS5). Dos resultados obtidos verificou-se que a amostra (n=58) é constituída maioritariamente por participantes do sexo feminino (63,8%, n=37), com uma média de idade de 54,5 anos IC 95% [50,71-58,36], com uma escolaridade média de 9,4 anos IC 95% [8,35-10,44]. Dos 21 (36,2%) participantes que referiram dor na ATM, 3 (14,3%) referem dor ao despertar, 8 (38,1%) ao mastigar, 8 (38,1%) ao movimentar a mandíbula e 12 (57,1%) ao bocejar. Foi encontrada associação entre sintomas depressivos e DTM (?=0,45; p=0,01; IC95% [0,11 – 0,78]), independente da idade e sexo. Não foi encontrada associação entre declínio cognitivo e DTM (p>0,05).