Este trabalho, recorte da dissertação de mestrado da primeira autora, tem como objetivo apresentar as características biosociodemográficas de mulheres idosas encarceradas em uma Penitenciária do Estado de Pernambuco. Trata-se de uma pesquisa qualitativa, transversal, exploratória, descritiva, com uma amostra por conveniência. Os participantes foram cinco mulheres idosas, prisioneiras, que cometeram qualquer tipo de crime pela primeira vez (ré primária) e foram condenadas. Para coleta de dados foi utilizado um questionário com dados biosociodemográficos. Os principais resultados apontaram: que a faixa etária ficou entre 60 e 71 anos; em maioria são de cor parda, evangélicas; com ensino fundamental; solteiras ou divorciadas, pensionistas ou aposentadas; com renda de um salário-mínimo; condenadas pelo crime de tráfico de drogas, homicídio tentado e estelionato. No que se refere às condições de saúde, apresentam hipertensão, diabetes, problemas de coluna, queixas de memória, entre outros. A baixa representatividade das mulheres idosas, em relação aos homens idosos encarcerados, dificulta a garantia de seus direitos, o que produz repercussões à saúde global dessas pessoas. Nesse entendimento, depreende-se que os contextos bioecológicos que envolvem a vida dessas pessoas operam como facilitadores para o ingresso na vida de crimes. Trata-se de uma população atingida pelas privações próprias de quem vive nas periferias e o aprofundamento do quadro de pobreza provocado, quase sempre, por limitações nas oportunidades educacionais, laborais, entre outros, constitui um dos principais fatores para o ingresso de mulheres idosas no tráfico de drogas. Como consequência, o encarceramento feminino inviabiliza a saída dessa condição social que corrobora para um cenário concreto de dificuldades de acesso a bens e serviços necessários, bem como a exposição aumentada a conflito e violência.