A velhice é uma fase perpassada por inúmeros desafios, dentre eles, o limite imposto pelo corpo ao sujeito, o estranhamento ao habitar esse corpo, o sentimento de finitude que inexoravelmente se instala e a perda de lugar para o Outro social. Diante disso, tomando como referencial teórico a psicanálise e a teoria das representações sociais, foi realizada uma análise fílmica da obra “Elsa e Fred” (2014), tendo em vista que esse tipo de análise não possui intenção de dirigir-se ao espectador, tampouco convencê-lo, mas de problematizar. O referido trabalho objetiva refletir e analisar criticamente o lugar do idoso na sociedade vigente, bem como as inúmeras vias possíveis para o envelhecimento e como cada sujeito irá encarar as adversidades citadas. Para exemplificar as possibilidades do envelhecer, o filme mostra que Elsa é uma mulher alegre e espontânea e, apesar de sua doença terminal, segue investindo na vida, já Fred, por outro lado, é um viúvo amargo, sendo possível notar que a discrepância entre os dois demonstra que Elsa vive um envelhecimento sereno enquanto Fred caminha para um patológico. Como resultado, constatou-se que o investimento na vida, através de diferentes atividades, é um mecanismo fundamental para evitar esse envelhecimento patológico e para envelhecer de forma a cultivar uma boa saúde mental.