A última década foi marcada por um crescimento no número de imigrantes no Brasil, com um fenômeno notável de feminização a partir da metade desse período. Nos últimos anos, mulheres imigrantes têm chegado ao Brasil, o que tem modificado o perfil migratório composto por homens em idade ativa. Embora as mulheres jovens sejam a maioria entre as imigrantes, um grupo considerável de idosas tem cruzado as fronteiras do país. Nesse contexto, é relevante compreender o perfil dessas idosas. Portanto, o objetivo deste estudo foi investigar o perfil das imigrantes idosas que chegaram ao Brasil. O estudo foi ecológico e descritivo, utilizando dados do Sistema de Registro Nacional Migratório (SISMigra) referentes ao primeiro quadrimestre de 2023. A amostra do estudo consistiu em idosas com 65 anos ou mais, devido às limitações de informação disponíveis no SISMigra. Os resultados do estudo revelaram que foram registrados 1.963 (2,8%) imigrantes idosos. Dentre estes, 972 (49,5%) eram mulheres, sendo 584 (60,0%) venezuelanas, 66 (6,7%) cubanas, 60 (6,1%) paraguaias e 262 (26,9%) possuíam outras nacionalidades. Roraima foi o estado onde 237 (24,3%) dessas mulheres estabeleceram residência, 160 (16,4%) viviam em São Paulo, 128 (13,1%) no Paraná e 440 (45,2%) nos demais estados brasileiros. No que se refere à profissão, observou-se que 269 (27,6%) eram donas de casa, 216 (22,2%) não possuíam ocupação, 185 (19%) eram aposentadas, 166 (17%) informaram não se enquadrar em nenhuma profissão sugerida e 136 (13,9%) possuíam outras ocupações. Conclui-se que, além da forte feminização das migrações para o Brasil, a maioria das idosas imigrantes são sul-americanas, estabeleceram-se em Roraima, e estão, em sua maioria, fora do mercado de trabalho. Essa situação corrobora diversos problemas, pois entende-se que a baixa posição socioeconômica de um indivíduo aumenta o risco de iniquidades.