Em resposta às demandas crescentes de ansiedade desencadeadas pela pandemia da Covid-19, a técnica de grupos operativos atinge êxitos que repercutem no processo biopsicossocial das pessoas envolvidas, sendo uma estratégia relevante para promoção de saúde. Neste sentido, este trabalho objetiva discutir as contribuições da intervenção em grupo no contexto de atendimento psicológico ambulatorial-hospitalar no município de Recife/PE, por meio da experiência de implementação de grupos operativos com pessoas idosas. Trata-se de um relato de experiência através da atuação em um serviço público hospitalar. O desenvolvimento das intervenções ocorreu em três etapas: construção do planejamento; realização da triagem com os usuários(as) do serviço; realização dos grupos operativos. Os encontros ocorreram no segundo bimestre de 2022, tendo frequência semanal. Foram constituídos três grupos independentes com seis pessoas idosas. Os encontros aconteceram em cinco dias, no período de duas horas, aproximadamente. Para cada encontro foi realizado um planejamento de estrutura temática: rapport e apresentação da proposta; identificação de expressão das emoções; acionar uma atenção a si, acessando fenômenos do cotidiano; reflexão sobre rotina; avaliação sobre os momentos vivenciados. O grupo se efetivou em referência às contribuições do teórico Pichon-Rivière e foram compreendidos como espaços privilegiados para compartilhamento de experiências e fortalecimento de vínculos. Observou-se modificações nas subjetividades, produzindo elaboração de recursos para ampliação da autonomia e construção de outros projetos de vida possíveis. Compreende-se que a experiência em grupo favoreceu a modificação da rotina a partir de processos emancipatórios e desenvolvimento da solidariedade entre as pessoas idosas envolvidas. As atividades funcionaram como ferramentas importantes para reflexão de demandas internas, assim como para atualização de observações cotidianas. Nas intervenções foram respeitadas as dimensões de valores, realidades culturais e escolaridade das pessoas idosas, produzindo revisão de referenciais e transformações de subjetividades, favorecendo a autonomia das idosas participantes.