Este artigo tem como objetivo identificar e analisar possíveis contribuições da perspectiva afrocentrada à educação antirracista apontando um novo paradigma. Apresenta como opção a metodologia qualitativa, em virtude da preocupação do estudo com a posição eurocêntrica de ensino adotada no sistema educacional brasileiro que exclui e invisibiliza os diferentes. Sendo assim, parti da compreensão que a educação antirracista perpassa pelo entendimento da escola como um espaço em que a diferença se encontra presente no cotidiano escolar. A construção deste nortear-se-á por dois questionamentos: o primeiro, por que ainda há necessidade de se falar em efetiva implementação de uma educação antirracista, já que as políticas de ação afirmativas – Leis 10.639/03 e 11.645/08 – na educação foram promulgadas há quase duas décadas? E, ao refletir acerca da necessidade desse diálogo, quais são as possíveis contribuições teóricas da perspectiva afrocentrada para efetivação da educação aqui preconizada? Para desenvolvimento desta pesquisa dois pilares sustentarão esta arguição. A saber, educação antirracista como pressuposto da educação para relações étnico-raciais, o embasamento teórico desse pilar ficará por conta de Nilma Lino Gomes, Kabenguele Munanga e Eliane Cavalleiro. Ao que se refere à pedagogia afrocentrada, segundo alicerce, dar-se-á com base nos escritos do precursor da perspectiva, Molefi Kete Asante, que traz como ponto de partida a África para o trabalho da identidade negra. Também, adotar-se-á os escritos de Gleidson Severino de Lima, que contribuirá com o estudo do tema em questão relacionando-o à educação brasileira e Ama Mazzama, que trata da educação voltada aos princípios africanos.