A EJA possui características únicas pois é voltada para atender sujeitos com ampla experiência de vida, vivências múltiplas e valores socioculturais estabelecidos. Por se tratar de uma modalidade cujos fatores políticos e econômicos estão impregnados, torna-se necessário que as estruturas curriculares no campo da EJA sejam relevantes para os alunos que a frequentam. Quando as mulheres são os sujeitos abordados dentro desta modalidade, a questão se aprofunda, pois o contexto da inserção feminina nos campos da educação e do trabalho são impregnadas de dificuldades e processos históricos permeados por desigualdades. Partindo desse pressuposto, a presente pesquisa, de abordagem qualitativa, do tipo básica, está organizada em três partes. A primeira parte, objetiva analisar o histórico e as limitações que percorrem a educação de jovens e adultos, utilizando-se de pesquisa bibliográfica. Na segunda parte, tendo como base uma revisão bibliográfica, voltaremos a análise para as pesquisas que abordam a participação das mulheres da EJA, sob a perspectiva dos estudos de gênero. Por fim, refletiremos sobre alguns componentes do documento Proposta Curricular para a EJA, publicado pelo MEC, no qual buscaremos pensar estratégias para um ensino voltado para uma educação pautada na equidade de gênero. Para pensar essas estratégias, usaremos como referencial a teoria de aprendizagem significativa de David Ausubel, uma vez que, por essa teoria, o processo de aprendizagem se dá através da consideração de conhecimentos prévios dos alunos, de forma a construir um aprendizado relevante e significativo. Dentre os principais resultados alcançados após o estudo, destacamos que no contexto das mulheres que estão nas salas de aula da EJA, a aprendizagem significativa é de relevância não apenas curricular, mas de caráter social libertador. Deve-se levar em conta que as mulheres ao decidirem voltar a estudar possuem aspirações e estão, mesmo que inconscientemente compondo uma resistência ao patriarcado imposto a elas.