A experiência de perder alguém é diferente para cada ser humano, não há fórmulas para viver esse processo sem ser afetado. O luto é em si a caracterização pessoal e singular que o sujeito apreende daquilo que perdeu independente da faixa etária que se tenha. O que muda na rotina de uma criança quando alguém que ela estima morre? Como nossos alunos são atravessados pela ausência? A escola é um dos espaços que precisa falar abertamente sobre as dores do luto e como elas afetam a rotina da comunidade escolar. Esse trabalho tem como finalidade registrar a experiência da psicologia escolar na condução de um grupo psicoterapêutico sobre luto com alunos de um Centro Municipal de Educação (CME) na cidade de Riacho das Almas-PE. Método: A necessidade do desenvolvimento das ações se deu em decorrência do falecimento de um profissional (motorista) que fazia diariamente a rota com os alunos de casa para a escola. As intervenções aconteceram semanalmente, com duração de 1 hora cada, totalizando 4 encontros. Escolheu-se a modalidade grupal, classificando-o como fechado, com prazo definido tendo os mesmos 12 alunos que tinham de 3 a 8 anos. RESULTADOS: Por meio das mediações grupais, trabalhou-se temas como “o que significa morrer?”, “quem era a pessoa que morreu?”, “como essa pessoa morreu?”, “como transformar essa tristeza em algo menos doloroso?”, despertando no alunado uma ressignificação da experiência do luto, tendo em vista que, para alguns era a primeira vez que se perdia alguém tão presente em suas rotinas. Revisitar lembranças e construir por meio da arte e ludicidade um relicário de afetos e saudades permitiu que os alunos internalizassem que a morte não leva completamente aquela pessoa da nossa vida, resgatando que muito de quem ela foi permanece vivo e pulsante em cada um de nós.