Este trabalho tem como objetivo apresentar um relato de experiência e de intervenção didática em uma turma dos anos iniciais do Ensino Fundamental I. A partir de observações cotidianas, foi percebida a necessidade de atuar frente às diferenças culturais na sala de aula. Tendo respaldo curricular no trabalho com as competências socioemocionais, tal como orienta a Base Nacional Comum Curricular (BNCC), este relato de experiência demonstra o tensionamento da prática docente frente aos procedimentos pedagógicos que atuam nos limites do currículo. O relato de experiência demonstra que se torna cada vez mais necessário um tipo de prática docente e pedagógica que não apenas reconhece como até mesmo legitima os conflitos e as angústias frente às diferenças na sala de aula. Isto porque a professora, gestora da sala de aula, também partilha do afeto em torno das diferenças culturais como produções curriculares. Esta abertura no currículo condiz com as reflexões que foram desenvolvidas neste trabalho, e que têm como abordagem teórico-metodológica a perspectiva discursiva e pós-estruturalista. Também foram admitidas as contribuições dos estudos curriculares na contemporaneidade como forma de pensar as interpelações na formação do sujeito escolar mediante processos de enfrentamento ao (e de aprendizagem com o) desconhecido. Dentre os principais resultados, foi possível observar uma melhora gradativa na convivência com as diferenças, tornando efetiva, inclusive, a possibilidade desta experiência de intervenção didática se tornar uma prática preventiva no combate ao bullying no ambiente escolar.