Os cuidados paliativos (CP) auxiliam a melhor qualidade de vida (QV) e tratamentos aos pacientes que apresentam uma patologia considerada como incurável. Esse novo campo, começou a ser reconhecido modificando a relação saúde e doença em busca por maior espaço, sendo adotado por hospitais de todo o mundo. Paralelo a isto, no que se refere à QV e ao prazer, a Nutrição pode atuar como fator significativo na constante reafirmação da importância dos CP no Brasil. Diante disso, o objetivo deste estudo foi avaliar se a adequação de calorias e proteínas na alimentação estava relacionada à melhor QV nos pacientes em CP. Foram avaliados 30 pacientes adultos e idosos, em CP, internados no Hospital Paulo de Tarso em Belo Horizonte. A QV destes foi avaliada por meio do questionário QLQ-C15-PAL e grau de CP: Escala de Desempenho Paliativo (PPS) e Escala Palliative Prognostic Index (PPI). A ingestão alimentar foi estimada através de um registro alimentar de 24 horas ou por avaliação da infusão de NE ou NP. Utilizou-se dados de peso, altura, IMC, perímetro braquial e da panturrilha, aferidos pela equipe de Nutrição Clínica. Da amostra, 50% era do sexo feminino e a idade média de 65,6 + 16,6 anos. Os pacientes classificados como baixo peso e menor perímetro da panturrilha apresentaram melhor QV, assim como o menor PPS. Em relação às subescalas do QLQ-C15-PAL, quando avaliadas de acordo com adequação calórica e proteica, apresentaram correlação positiva entre o percentual de adequação proteica e a perda de apetite. Conclui-se que a melhor adequação da ingestão de proteínas e calorias não esteve relacionada à melhor QV, e que esta associou-se a um pior estado nutricional e prognóstico. Dessa forma, foi possível observar que pacientes com maior grau de utilização de Cuidados Paliativos obtiveram uma melhor QV, evidenciando a sua eficácia.