O BRASIL POSSUI UM SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE QUE TEM COMO PRINCÍPIOS BÁSICOS A UNIVERSALIDADE, A EQUIDADE E A INTEGRALIDADE (CERQUEIRA-SANTOS ET AL, 2010); NO ENTANTO, ELE ESTÁ CONSTRUÍDO NA LÓGICA DA MATRIZ SOCIAL HETEROSSEXUAL E EXCLUDENTE (SCHWADE, 2010). COM ISSO, OCORRE EVASÃO DA POPULAÇÃO LGBTQIAP+ DO SISTEMA POR ESTA SOFRER AÇÕES DE DISCRIMINAÇÃO E VIOLÊNCIA NOS SERVIÇOS. O TRABALHO TEVE COMO OBJETIVO REALIZAR UM DIAGNÓSTICO SITUACIONAL DAS FALAS PRECONCEITUOSAS DAS EQUIPES DE SAÚDE DAS 11 UNIDADES BÁSICAS DE SAÚDE (UBSS) DA CIDADE DE SÃO JOÃO DEL-REI E SEUS DISTRITOS COM FITO DE CONSCIENTIZAÇÃO. FORAM REALIZADAS OFICINAS DE GRUPO COM OS AGENTES COMUNITÁRIOS DE SAÚDE (ACSS) E OS TÉCNICOS DAS UBSS VISITADAS, GUIADAS POR DISPARADORES E UM QUESTIONÁRIO ANÔNIMO. POR MEIO DAS AVALIAÇÕES DESSES ENCONTROS, AS FALAS DOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE FORAM AGRUPADAS EM QUATRO CATEGORIAS MAIS RECORRENTES DURANTE AS INTERVENÇÕES: (1) A PERFORMATIVIDADE (BUTLER, 2015) PRÉ-CONCEBIDA DE GÊNEROS; (2) QUESTIONAMENTOS ACERCA DE COMO LIDAR QUANDO AS CRIANÇAS FOGEM À HETERONORMATIVIDADE COMPULSÓRIA, POR VEZES ASSOCIANDO TAL FATO À INFLUÊNCIA MIDIÁTICA OU DE TERCEIROS; (3) A RELAÇÃO DE TRAUMAS NA INFÂNCIA OU NA VIDA ADULTA COM O SE ASSUMIR LGBTQIAP+; (4) A BISSEXUALIDADE COMO “DOENÇA”, “PERVERSÃO”, ASSOCIADA A TRAIÇÕES. ESSES MARCADORES SERVEM A DEMONSTRAR QUE O ENTENDIMENTO DAS EQUIPES DE SAÚDE É INSATISFATÓRIO, PRECARIZANDO O ACOLHIMENTO E O CUIDADO DOS SUJEITOS LGBTQIAP+ E DIFICULTANDO O ACESSO DESTES AO SISTEMA. ASSIM, É PRECISO PENSAR SOLUÇÕES FACTÍVEIS PARA QUE ESSES SUJEITOS POSSAM SE APROPRIAR DE SEUS PROCESSOS SAÚDE-DOENÇA.