ESTE ARTIGO OBJETIVA DISCUTIR O ESTUDO DO TERMO “ESCREVIVÊNCIA”. ESTE FOI CRIADO POR CONCEIÇÃO EVARISTO, EM 1995, EM SUA DISSERTAÇÃO DE MESTRADO. É UM CONCEITO QUE, POR SE CONECTAR, NECESSARIAMENTE, COM A VIDA, COMO APARECE NA ESTRUTURA DESTA PALAVRA, É DINÂMICO, AINDA QUE TENHA UMA DIREÇÃO E UM SENTIDO, NÃO SENDO, PORTANTO, QUALQUER TIPO DE ESCRITA, OU MERAMENTE VOLTADO AO SUJEITO INDIVIDUALIZADO QUE ESCREVE, CONFORME A REFERIDA AUTORA. ESTA NOS MOSTRA QUE A “ESCREVIVÊNCIA”, EM SUA CONCEPÇÃO INICIAL, SE EXPRESSA COMO UM ATO DE ESCRITA DAS MULHERES NEGRAS QUE VEM ROMPER COM O APAGAMENTO IMPOSTO AOS SEUS CORPOS E ÀS SUAS VOZES, AO LONGO DA HISTÓRIA. AFINAL, O BRASIL VIVENCIOU QUASE QUATROCENTOS ANOS DE ESCRAVIZAÇÃO DO POVO NEGRO, E A “ESCREVIVÊNCIA” VEM, COMO UMA DAS FORMAS, PARA ENFRENTAR TODO O POTENCIAL QUE FOI NEGADO, E QUE REFLETE NO CONTEXTO CONTEMPORÂNEO. O INTERESSE POR DESENVOLVER ESTAS REFLEXÕES ENCONTRA-SE FUNDAMENTADO NO DESENVOLVIMENTO DE NOSSAS ATIVIDADES COMO MEDIADORA DO PROJETO NACIONAL “LEIA MULHERES”, CLUBE DE ARAÇUAÍ-MG, E DA NOSSA INSERÇÃO NO DOUTORADO EM SERVIÇO SOCIAL ENQUANTO PESQUISADORA DO TEMA RELAÇÕES DE GÊNERO, COM FOCO NAS ESCRITORAS NEGRAS, NATURAIS DO VALE DO JEQUITINHONHA-MG. O REFERENCIAL TEÓRICO PARTE DA CONTRIBUIÇÃO DA CORRENTE TEÓRICO-METODOLÓGICA MARXISTA, UTILIZANDO O DEBATE INTERSECCIONAL ENTRE GÊNERO, RAÇA E TRABALHO, ENTENDENDO A NECESSIDADE DE CONECTAR A ESCREVIVÊNCIA COM A FORMAÇÃO SOCIAL BRASILEIRA. OBSERVA-SE QUE, PENSAR A ESCREVIVÊNCIA, É COMPREENDER COMO ALGUMAS IDENTIDADES SÃO DESVALORIZADAS EM COMPARAÇÃO COM OUTRAS, UMA VEZ QUE O CONCEITO DE HUMANIDADE, HISTORICAMENTE, SE CONECTOU AOS HOMENS BRANCOS.