A menopausa é marcada pelo cessamento da produção de estrógenos ovarianos e está associada ao aumento de prejuízos metabólicos que podem ser amenizados com o auxílio de exercício físico. Porém, existem limitações impostas a essa população sobre a execução de exercícios de alta intensidade. Sendo assim, o objetivo deste trabalho é investigar se o exercício aeróbio de intensidade e tempo moderados é suficiente para promover modificações positivas sobre o glicogênio muscular e hepático em ratas ovariectomizadas. O procedimento experimental foi aprovado pelo Comitê de Ética no Uso de Animais (CEUA) da Universidade Federal de São Carlos sob protocolo número 1556060417. Foram avaliadas 18 ratas Wistar aleatoriamente distribuídas em grupo controle ovariectomizado (GO; n=9) e grupo ovariectomizado exercitado (GOE; n=9). Aos 90 dias de idade todos animais foram submetidos à técnica cirúrgica de ovariectomia bilateral para retirada de ambos ovários. Aos 95 dias de idade iniciou-se o período de adaptação ao meio líquido dos animais pertencentes ao GOE e aos 102 dias de idade foram individualmente submetidos ao teste de carga crítica, que consistiu em 4 esforços máximos de natação com tempos entre 2 e 10 minutos, para determinação da intensidade de carga crítica (iCC - % da massa corporal). O treinamento físico (TF) de natação foi iniciado após a determinação da iCC, realizado 5 vezes na semana por 30 minutos diários com reajuste semanal da carga equivalente a 80% da iCC. A natação ocorreu em tanques individuais com 80 cm de profundidade, 30 cm de largura e temperatura da água mantida à 31±1°C. Após 12 semanas de TF foram coletados de 150-250 miligramas de glúteo, sóleo e fígado para análise de glicogênio. Os tecidos foram digeridos em hidróxido de potássio (30%) para aplicação do método fenol/ácido sulfúrico e determinação do estoque de glicogênio. Foi coletado sangue imediatamente à eutanásia e centrifugado para obtenção do soro utilizado para análise sérica de glicose por meio de kit comercial. Os dados foram expressos em média±desvio padrão e foi utilizado o teste t para amostras independentes, com nível de significância de 5%. TF promoveu aumento de glicogênio no glúteo (GOE: 0,38±0,23 mg/100mg e GO: 0,17±0,08 mg/100mg; p<0,05) e no sóleo (GOE: 0,24±0,07 mg/100mg e GO: 0,16±0,05 mg/100mg; p<0,05), enquanto reduziu conteúdo de glicogênio hepático (GOE: 1,16±0,75 mg/100mg e GO: 2,50±0,94; p<0,05) e glicemia (GOE: 108,05±12,33 e GO: 135,08±8,32 mg/dL; p<0,01). O protocolo de treinamento aeróbio imposto foi eficiente em melhorar o metabolismo energético mesmo sob ausência de estrógenos ovarianos. Apoio CNPq.