Na avaliação de atletas de modalidades onde a força e a potência são requisitadas, é comum encontrar
correlações significativas entre testes de força (uma repetição máxima [1RM], força pico [FP] e a
taxa de desenvolvimento de força [TDF]), desempenho em saltos (squat jump [SJ] e
countermovement jump [CMJ]) e a velocidade, aceleração e força horizontal em sprints. Todavia, em
amostras mais heterogêneas, tais correlações ainda não foram observadas. O objetivo deste trabalho
foi analisar as correlações entre os testes acima descritos, mas em um grupo composto por atletas de
modalidades esportivas diversificadas. Nossa hipótese foi que, apesar da heterogeneidade do grupo,
algumas correlações significativas seriam mantidas. Vinte e um atletas do sexo masculino
(idade=35±11anos, altura=1,77±0,08m, massa=74,8±10,0kg, % de gordura=11,0±4,1%, tempo de
treino=7±5 anos) de modalidades como a corrida de rua (10 e 5km, n= 12), Jiu-Jitsu (n=4), sprinters
de 400m e 400m c/ barreira (n=2), futebol (n=1), natação 100m livre (n=1) e rugby (n=1),
participaram do estudo. Foram feitas 3 visitas, com intervalo de uma semana cada. As duas primeiras
foram destinadas à familiarização com os testes e a terceira à coleta de dados, sendo que, em todas as
visitas, os testes foram realizados na seguinte ordem: 1) SJ e CMJ; 2) FP; 3) 1RM no agachamento;
4) sprint de 30m. Foram calculadas correlações de Pearson, com nível de significância estabelecido
em p<0,01. Observamos correlações significativas entre a FP e SJ (r=0,59), CMJ (r=0,58), velocidade
média (r=0,61), aceleração (r=0,60) e força horizontal no sprint (r=0,71). A TDF no intervalo de 0-
100 ms teve correlações significativas com o SJ (r=0,60), CMJ (r=0,59), velocidade média (r=0,63),
aceleração (r=0,61) e força horizontal no sprint (r=0,72). Já o teste de 1RM mostrou correlações
significativas com o SJ (r=0,62), CMJ (r=0,65), velocidade média (r=0,55) e força horizontal no
sprint (r=0,68). A FP e a TDF 0-50 apresentaram correlações significativas somente com a força
horizontal (r = 0,67 e r=0,59, respectivamente). Os resultados confirmaram a nossa hipótese de que,
mesmo para grupos atléticos mais heterogêneos, com diferentes níveis de força e experiências de
treino, as correlações entre alguns testes de força muscular, desempenho em saltos e velocidade no
sprint de 30m são mantidas.