O processo de urbanização e tecnológicos nos últimos anos tem proporcionado mudanças no estilo
de vida da população. Tal fato tem provocado uma diminuição na prática de Atividade Física (AF) e
aumento na exposição ao Comportamento Sedentário (CS), que atrelado ao processo de
envelhecimento tem sido evidenciado como negativamente associado à saúde. Neste sentido,
déficits de flexibilidade e força relacionadas ao CS destacam-se entre fatores responsáveis por
declínio nas capacidades funcionais, dificuldade na realização de atividades da vida diária, podendo
agravar a exposição a quedas e complicações por doenças crônicas já existentes. O objetivo do
estudo foi correlacionar o tempo em CS com a flexibilidade e força de membros superiores e
inferiores em idosos. Este recorte faz parte do Estudo Longitudinal de Saúde do Idoso de Alcobaça
(ELSIA), caracteriza-se como observacional com delineamento transversal do tipo analítico,
utilizando-se de métodos exploratórios surveys e teste de desempenho físico. A amostra foi
constituída por 465 idosos de ambos os sexos com idade ? 60 anos vinculados a Estratégia da Saúde
da Família, na área urbana do município de Alcobaça, BA. O CS foi determinado pelo tempo
exposto à posição sentada, avaliado por meio da seção 5 do IPAQ, sendo determinado a partir da
média ponderada do tempo sentado em um dia de semana e um dia de final de semana. Os testes de
flexibilidade de membros inferiores e superiores e os testes de força de membros superiores e
inferiores foram compostos da bateria do Senior Fiteness Test e o teste de força de preensão manual
avaliado por dinamômetro hidráulico da marca Saehan. Para análise dos dados foram utilizados
procedimentos da estatística descritiva (média, desvio padrão, frequência) e inferencial (teste de
correlação de Spearman). Precedendo as análises foi utilizado o teste de Kolmogorov-Smirnov para
verificar a normalidade dos dados. Para classificar o nível da correlação foram adotados os pontos
de corte de 0,10 e 0,29 considerados fraca; escores entre 0,30 e 0,49 considerados como médios e
valores entre 0,50 e 1, interpretados como forte. Foi adotado o p<0,05. Resultados: Os participantes
tiveram média de idade de 70,25±8,26, estatura 1,57±9,63 e IMC 27,30±5,39. Houve correlações
negativas fraca entre o CS e a flexibilidade de membros inferiores (p = 0,012, r = -0,117), força de
preensão manual (p= 0,030, r= -0,101), flexão de antebraço (p= 0,000, r= -0,175) e sentar e levantar
da cadeira (p= 0,000, r= -0,195), não houve correlação do comportamento sedentário com a
flexibilidade de membros superiores (p=0,146, r=-0,069). É possível concluir que o comportamento
sedentário correlaciona-se negativamente aos testes propostos, indicando quanto maior o tempo de
exposição ao comportamento sedentário piores os níveis de flexibilidade de membros inferiores,
flexão de antebraço, sentar e levantar da cadeira e preensão manual. Apoio financeiro CAPES e
CNPQ.