A mensuração da espessura muscular (EM) por meio do ultrassom modo-B (US) tem sido utilizada
como parâmetro de adaptação morfológica do treinamento de força. Alguns estudos têm investigado
a fidedignidade inter avaliador que utilizaram US, uma vez que, a medida pode sofrer interferência
do avaliador. O objetivo do presente estudo foi verificar a fidedignidade das medidas de EM do
bíceps femoral em dois pontos realizadas inter avaliador através do US. O experimento foi realizado
em laboratório com temperatura ambiente onde o sujeito da amostra permaneceu deitado em
decúbito ventral numa maca com as pernas estendidas e orientado a ficar relaxado. Realizou-se
marcação com tinta hena a 50% e 70% da distância entre o trocânter maior e côndilo lateral do
fêmur do lado direito. Utilizou-se gel de transmissão solúvel à base de água para fornecer contato
acústico sem pressionar a camada dérmica e um transdutor linear com frequência de 12MHz
orientado longitudinalmente. As imagens foram coletas por 2 avaliadores diferentes (1 e 2)
respectivamente com experiência em mais de 300 imagens, sendo que, no momento da avaliação do
avaliador 1, o avaliador 2 não podia estar presente e vice-versa. Foi utilizado o equipamento LOGIC
L3, (General Electric Healthcare, Wauwatosa). O avaliador 1 coletou 30 imagens nas medidas de
50% e outras 30 imagens nas medidas de 70% do bíceps femoral; o avaliador 2 realizou o mesmo
procedimento totalizando 120 imagens. Além disso, o indivíduo amostral foi orientado a não
realizar qualquer tipo de atividade física 24 horas antes da coleta. Para cada imagem foi respeitado
um intervalo de 10 segundos com o transdutor afastado do ponto de análise. A mensuração da
medida de espessura muscular foi realizada pelo software Image j (National Institutes of Health,
USA, version 1.45 s) sendo essa medida determinada em cm pela distância entre a aponeurose
muscular subcutânea e aponeurose muscular profunda. Foi realizado a média (M) e desvio padrão
(±) do bíceps femoral em 50% e 70% do avaliador 1 e avaliador 2, percentual do coeficiente de
variação (CV%), tamanho de efeito (TE) e nível de significância (p). Os resultados apresentados
para as medidas em 50% foram: avaliador 1 (M = 2,74 ± 0,09 cm), avaliador 2 (M = 2,76 ± 0,05
cm), CV% (1,67), TE (0,29) e (p = 0,20). E 70% do avaliador 1 (M = 1,93 ±0,08 cm), avaliador 2
(M = 2,12±0,16 cm), CV% (6,59), TE (1,43) e (p < 0,0001). Conclui-se que as medidas inter
avaliadores com dois pontos diferentes num mesmo músculo foram diferentes entre 50% e 70%.
Apesar da diferença encontrada, o CV% foi abaixo de 10% o que a literatura preconiza como sendo
ideal para esta variação.