O presente texto se insere nas discussões sobre formação de professores da Educação Básica e as Políticas Públicas Educacionais para esses sujeitos. Para apresentar essas discussões, partimos de estudos empreendidos em pesquisas desenvolvidas em Programas de Pós-graduação de uma Universidade pública baiana - stricto e lato sensu -, as quais têm como objeto o Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência - PIBID, como ambiente mobilizador da formação de professores iniciantes e em exercício. Como recorte, , buscamos, aqui, analisar os Documentos que regulamentam o Programa, em especial, Editais Capes 061/2013 e 07/2018, que abrem inscrições para propostas de projetos de iniciação à docência por parte das Instituições de Ensino Superior; e as Portarias Capes 096/2013 e 175/2018, que regulamentam os princípios do Programa. Investigamos, ainda, a participação de egressos do Pibid - licenciandos e professores da educação básica. Nesse sentido, intentamos analisar as relações entre tais Documentos na indução à docência e na condução dos processos de aprendizagem e experiência na docência, enfatizando as ressonâncias do Programa na formação deste profissional. O Programa acontece, efetivamente, desde 2009, em Instituições de Ensino Superior - IES, tendo como objetivo a indução à docência, e criando oportunidades aos licenciandos o contato com seu principal lócus de trabalho ainda nos primeiros anos do curso de licenciatura. Ainda que não tenha sido seu objetivo inicial, os professores da educação básica, ao atuarem como co-formadores, experienciam processo autoformativo, pois imerge em sua própria prática, refletindo acerca desta. Para escrita do texto, utilizamos como referencial teórico os estudos de Boneti (2011) e Gatti (2011) para a discussão sobre políticas públicas educacionais; Gatti (2009, 2012), Diniz-Pereira (2010) e Nóvoa (2013-2014), para o debate sobre formação de professores; Silveira (2017) e Gatti (2011, 2014), por versarem sobre o Programa; e Dourado (2015), para abordar as diretrizes para formação inicial e continuada de professores, a exemplo da Portaria nº 02/2015 do Conselho Nacional de Educacional. O percurso metodológico das pesquisas está amparado na abordagem qualitativa de natureza aplicada, por acreditar no indivíduo como autor de reflexão de sua ação (Gatti, 2007; Flick, 2009). Assim, fazemos uso da análise documental para auxiliar na compreensão do que reza a legislação do Programa. Os resultados das pesquisas convergem para uma perspectiva de formação de professores que percebe o Pibid como provocador dos ambientes de formação docente - Escola e Universidade -, ao considerar estes espaços importantes veículos na formação destes sujeitos por articular a teoria com a prática, no cotidiano da sala de aula e na formação em exercício da profissão docente. Documentos que regulam o Programa mostram divergência de concepção metodológica e de perspectiva qualitativa e quantitativa, no que diz respeito a seus novos aparatos legais. A forma como se permite vivenciar estes espaços formativos está amparada nas políticas públicas subordinadas à política apresentada no governo que a formula. Para claro exemplo, a transfiguração submetida à ideia de formação de professores disposta nos aparatos legais do Pibid, apresenta propostas assincrônicas entre os regramentos legais dispostos, isto pode ser visto no afunilamento dos licenciandos participantes e na natureza de professores da Educação Básica a serem formados, entre outros aspectos. Coadunamos, então, com a perspectiva de que a docência é território de movimentos constantes, de embates, de fragilidades e de afirmação da profissão. Palavras-chave: Formação de Professor, Pibid, Políticas Públicas Educacionais. Referências BONETI, Lindomar Wessler. Políticas Públicas por dentro. Ijuí, RS: Ed. Unijuí, 2011. BRASIL. Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes). 2008. Disponível em: http://www.capes.gov.br/educacao-basica/capespibid/pibid Acesso em: 07 out.2016. ___________. Ministério da Educação. Conselho Nacional de Educação. Resolução CNE/CP nº 2, de 01/07/2015. 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