NOVAS METODOLOGIAS DE ENSINO PARA A EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS - EJA NA REDE REGULAR DE ENSINO NO MUNICÍPIO DE ABAETETUBA-PA Kayury Serrão da Silva/kayury.silva@hotmail.com/IFPA - Campus Abaetetuba Benilson Silva Rodrigues/IFPA - Campus Abaetetuba Eixo Temático: Processos de Ensino e aprendizagem Resumo A Educação de Jovens e Adultos - EJA alcançou avanços em termos legais, com a Constituição Federal de 1988, porém apesar de possuir um arcabouço teórico e pedagógico bem fundamentado, tendo por base livros, leis, decretos e resoluções que possuem como finalidade melhorar a educação nacional, pois o Brasil continua enfrentando inúmeras dificuldades na oferta de uma educação de qualidade. Segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios - PNAD 2017, a estimativa mostra que 46,1% de pessoas de 25 anos ou mais de idade concluíram a educação básica obrigatória (de no mínimo, o ensino médio), estimasse também que há 11,5 milhões de analfabetos entre a faixa etária de 15 anos ou mais de idade (IBGE, 2017). Todavia, muitos alunos da EJA possuem baixo rendimento escolar, por vários motivos entre eles às metodologias de ensino - aprendizagem inadequadas. Essas dificuldades acabam refletindo na vida acadêmica dos alunos levando os mesmos a sentirem mais dificuldades em compreender os assuntos trabalhados na escola. Deste modo, este trabalho aborda a problemática do ensino da disciplina de Biologia para aos alunos das turmas da EJA, sabe-se que para ocorrer uma aprendizagem de qualidade, é primordial o uso de estratégias de ensino adequadas a necessidades específicas de aprendizagem dos alunos. Em concordância com o pensamento de Freire (2013) essas estratégias de ensino são chamadas por ele de "virtudes indispensáveis", o mesmo afirma que novas metodologias de ensino são construídas a partir do esforço que os docentes se atribuem para diminuir a distância que existe entre a teoria e a prática. Com isso proporcionando a eles uma aprendizagem de forma significativa, deixando de lado a concepção de educação bancária, na qual os educadores são considerados detentores do saber. O educador deve ter consciência de que ao educar, o mesmo é educado, por meio de diálogos com os educandos, deste modo os alunos se tornam sujeitos no processo de ensino-aprendizagem (FREIRE, 2015). Assim, o objetivo deste trabalho foi propor novas metodologias voltadas para a melhoria desse ensino. Para isso foi feita uma pesquisa qualitativa e quantitativa, com questionários semiestruturados para professores de biologia e alunos matriculados nas turmas de 1ª e 2ª etapas, entre o 2º semestre de 2016 e o 1º semestre de 2017, para avaliar o desempenho escolar em relação ao uso ou não de metodologias alternativas. Em um segundo momento, duas turmas da 1ª Etapa e duas turmas da 2ª Etapa foram selecionada para participar da pesquisa, sendo uma usada como o controle e a outra como turma teste, em cada etapa, e a seleção foi feita de modo aleatório. Para o desenvolvimento das abordagens metodológicas aplicadas nas turmas que participaram da pesquisa, foram utilizados recursos que a escola possuía, mas não utiliza ou utiliza pouco, e outros que foram confeccionados, para a realização de experimentos científicos que demonstraram a utilidade do saber adquirido. Dessa forma, proporcionando aos alunos um ambiente prazeroso para compreender e assimilar a importância e aplicação dos conteúdos no seu dia a dia. Ao entrevistarmos os alunos para analisar as suas opiniões referente às metodologias de ensino que lhes possibilitariam maior rendimento escolar, foi possível observar que a maioria dos alunos (21,9%) gostaria de ter aulas práticas como forma de ter uma aprendizagem mais eficiente, a opção menos indicada pelos alunos foi a aula expositiva sem equipamentos audiovisuais, que corresponde a 2,5%. Pelas observações diretas feitas em sala, foi possível observar que as metodologias mais utilizadas são as aulas expositivas com poucos recursos audiovisuais, com isso pode-se concluir que os alunos gostariam de outras metodologias de ensino que não lhes são oferecidas. Os alunos afirmaram durante as entrevistas que para um melhor desempenho acadêmico é necessário à utilização de aulas diferenciadas e mais atrativas, como as aulas práticas. Resultados semelhantes foram encontrados por Lira (2013), onde a maioria dos seus entrevistados afirmou que há necessidade de se desenvolver aulas experimentais na disciplina de Biologia. Os resultados observados por meio da análise das notas bimestrais mostraram que o desempenho acadêmico dos alunos com as metodologias alternativas teve melhoras significativas quando comparado aos alunos das turmas que não tiveram acesso as metodologias propostas, onde 76% dos alunos das duas turmas testes tiveram bom rendimento em suas avaliações, contra 39,5 % das duas turmas controle. Resultados semelhantes a este foram encontrados por Lira (2013), onde foi observado que após o desenvolvimento das atividades propostas às maiorias dos alunos da turma teste tiveram êxito nas avaliações. De acordo com os resultados obtidos, pode-se perceber que com o desenvolvimento das atividades os alunos tiveram uma aprendizagem mais significativa. Conclui-se que a utilização de novas metodologias de aprendizagem contribui para melhorar o rendimento acadêmico dos alunos, a pesar de todas as dificuldades enfrentadas pelos profissionais da educação. Palavras-chaves: práticas pedagógicas, biologia, aprendizagem. Referências FREIRE, P. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. 47 ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2013. _______. Pedagogia do Oprimido. 59 a ed. rev. e atual. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2015. IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Trabalho e Rendimento, Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua 2016-2017. Disponível em: < https://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/livros/liv101576_informativo.pdf>. Acesso em: 18 set 2018 LIRA, L. dos S. A importância da prática experimental no ensino de biologia na educação de jovens e adultos. 2013. 65 f. TCC. (Graduação em Ciências Biológicas); Universidade Federal da Paraíba. João Pessoa, PB. 2013.