EDUCAÇÃO SEXUAL: O DESAFIO DE ENSINAR SEXUALIDADE PARA OS ALUNOS DA ESCOLA MUNICIPAL JOSÉ BONIFÁCIO André Azevedo Costa/andrezcostabio@gmail.com/ Graduando da UFC Marinetty de Jesus Sousa/Graduanda da UFC Ana Beatriz Ferreira de Brito / Graduanda UFC Teresa Helena Fortunato de Araujo /Graduanda da UFC Eixo Temático:Educação, diversidade e Inclusão social - com ênfase na relação entre educação, as culturas populares e movimentos sociais. Resumo A sexualidade é algo peculiar ao ser humano. É vital para o progresso socioemocional da criança e do jovem-adolescente entender as mudanças que ocorrem consigo durante estas fases. Segundo dados do IBGE(2012), os jovens brasileiros estão iniciando sua vida sexual cada vez mais cedo. Logo, é perceptível que o tema Educação Sexual precise ser abordado em sala de aula com os alunos, já que é um ambiente que permite uma discussão e reflexão nas temáticas propostas. Levá-los a refletir sobre suas ações, e os fazer pensar em outras questões, que por várias vezes passam imperceptível por alguns, como o feminicídio, bullying e o aumento de ISTs (Infecções Sexualmente Transmissível) também são temas contemplados pela educação sexual. A verdade é que, abordar e tratar do assunto tem sido um desafio para os docentes, já que ao longo do tempo o assunto muitas vezes é motivo de repreensão e punição. Por se encontrarem em um espaço onde são encontrados várias crenças, culturas e padrões, é desafiador para o professor conseguir atingir todos os alunos. Ainda nos dias atuais, falar de sexo ainda provoca sentimento de vergonha em algumas pessoas, apesar do assunto estar presente rotineiramente no nosso cotidiano e os adolescentes terem acesso a uma gama de conteúdos com teor sexual, tanto em músicas, quanto na televisão e na internet. A escola, por ser o ambiente que o indivíduo passa maior parte de sua vida, é por muitas vezes, o único espaço onde a criança/adolescente encontra amparo e confiança para falar sobre suas dúvidas. A adolescência é uma transição do desenvolvimento humano de grande importância, estabelecida não pela idade cronológica, mas composta pelas mudanças biológicas, psicológicas, sociais e culturais (Borges, 2004). É na adolescência que são despertadas as mudanças corporais, sociais e afetivas e pelas oscilações de comportamentos relacionados à sexualidade. Neste período é que se percebe a desinformação sobre orientação sexual, principalmente em escolas que atendem famílias carentes. Os pais acabam se esquivando -por motivos diversos-, de responderem as dúvidas, tipicamente naturais para os que começaram a descobrir os prazeres e afetividades relacionados à sexualidade. A omissão da família, unida à facilidade de informações disponíveis -muitas vezes divulgadas erroneamente na internet,resulta em um produto nada animador. É nesse momento, que a escola assume a responsabilidade de promover a conscientização desses jovens, o que é propício quando a mesma possui suporte e preparo para sanar as dúvidas dos alunos. Diante do que foi apresentado, é notável a necessidade de debater educação sexual nas escolas, pois este assunto busca elucidar aos estudantes questões relacionadas à sexualidade que ainda são tabus e que geram constrangimento em algumas pessoas. Visando este propósito, desenvolvemos um projeto de Educação sexual na Escola Municipal José Bonifácio de Sousa, localizada no município de Fortaleza/Ceará, com os alunos do sétimo ano do turno tarde, cujo objetivo é ajudá-los a entender as mudanças que ocorrem no período da adolescência, na qual se encontra a maioria desses alunos. Almejamos que ao final do projeto eles se sintam preparados para a vida sexual de forma segura e que tenham compromisso com o próprio corpo e sensatez durante essas modificações, de forma que não ocorra situações indesejáveis como gravidez na adolescência ou contrair alguma IST ( Infecção sexualmente transmissível ). Depois de termos passado por um período de observação em sala de aula, pudemos notar que uma boa parcela dos alunos possuem uma vida sexualmente ativa. Ao conversar com uma aluna, ela nos contou que sua mãe exigia somente que ela recorresse à injeção anticoncepcional, pois sua preocupação é somente evitar a gravidez, o que coloca em risco a saúde da adolescente, que acaba por não se preocupar com as possíveis doenças que pode contrair. Além disso, foi observado durante o intervalo que as músicas preferidas dos estudantes, assim como a maior parte dos vocabulários que usam e suas brincadeiras, são repletas de teor sexual. No entanto, ao analisarmos o vago conhecimento sobre o mesmo assunto, ficou claro a necessidade de se fazer uma intervenção com eles. Após as atividades preparadas para os alunos, esperamos ter colaborado com o aprendizado e desenvolvimento dos alunos, além de contribuir na construção de cidadãos mais instruídos de informação acerca do tema sexualidade. Palavras-chave: educação sexual, adolescência, informação Referências FELDMANN, M. Graziela (organizadora). Formação de professores e escola na contemporaneidade, São Paulo: Editora SENAC São Paulo, 2009; IBGE Tabela 2.7.1 - Percentual de escolares frequentando o 9º ano do ensino fundamental que tiveram relação sexual alguma vez, por sexo e dependência administrativa da escola, com indicação do intervalo de confiança de 95%, segundo as Grandes Regiões, os Municípios das Capitais e o Distrito Federal - 2012 MALUF, A.C.M. Atividades lúdicas como estratégias de ensino aprendizagem. 2006. Disponível em http://www.psicopedagogia.com.br/artigos/artigo.asp?entrID=850. Acesso em 23 de setembro 2018. NOVAES, R. C. et al. (Org.). Política Nacional de Juventude: diretrizes e perspectivas. São Paulo: Conselho Nacional de Juventude: Fundação Friedrich Ebert, 2006. OLIVEIRA, V. L. B. Sexualidade no contexto contemporâneo: um desafio aos educadores. In: FIGUEIRÓ, M. N. D. (Org.). Educação sexual: múltiplos temas, compromissos comuns. Londrina: UEL, 2009. PAIVA, V. Fazendo arte com a camisinha: sexualidades jovens em tempos de AIDS. São Paulo: Summus, 2000. RIBEIRO, P. R. M. Educação sexual além da informação. São Paulo: EPU, 1990. SACRISTÁN, J. Gimeno e GÓMEZ, A. I. Pérez. Compreender e Transformar o Ensino. Porto Alegre: Artmed, 2000.