AS IMPLICAÇÕES DO SUBPROJETO 'PIBID EDUCAÇÃO FÍSICA' NA FORMAÇÃO INICIAL E INICIAÇÃO A DOCÊNCIA [1] Rosalvo Luís Sawitzki, Universidade Federal de Santa Maria, rosalvols@hotmail.com [2] Ana Nathalia Almeida Callai, Universidade Federal de Santa Maria [3] Eriques Piccolo Becker, Universidade Federal de Santa Maria Eixo Temático: Formação inicial e continuada de professores - com ênfase na análise de experiência, programas e políticas. Agência Financiadora: Universidade Federal de Santa Maria/ O presente trabalho foi realizado com apoio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - Brasil (Capes) - Código de Financiamento 001. Resumo Esse trabalho traz a temática formação inicial e iniciação à docência, no intuito de provocar reflexões iniciais sobre os desafios que são apresentados no exercício da docência de acadêmicos nas escolas. Esses assuntos fazem referência aos resultados das primeiras observações identificadas na execução do subprojeto "Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (PIBID) Educação Física Ensino Fundamental Anos Finais", no Centro de Educação Física e Desportos (CEFD) da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). Entendemos que esse estudo tem sua importância em virtude de trazer elementos para o acadêmico que, ao assumir uma docência "precocemente" na escola, poderá remeter-se, segundo Silva e Bracht (2005), como uma oportunidade de melhor compreensão sobre as lacunas existentes na formação inicial. Esta pesquisa tem caráter qualitativo, segundo Gil (2008), quanto aos objetivos, aproximando-se de um estudo descritivo, pois, descreve características de determinadas populações ou fenômenos. Quanto aos procedimentos técnicos, esta pesquisa se caracteriza como um estudo de campo, procurando aprofundar-se em uma realidade especifica tomando como base sua realização por meio da observação direta das atividades do grupo estudado para captar as explicações e interpretações que ocorrem nessa realidade (GIL, 2008). Para entender o contexto onde foram coletados os dados, é necessário saber sobre a organização do Subprojeto PIBID em estudo. O mesmo abrange três escolas, onde cada uma tem representação de um professor supervisor (PS); cada professor conta com a disponibilidade e participação, em média, de cinco acadêmicos (ID); as aulas têm como público alunos de sexto (6º) a nono (9º) anos, sendo que para cada atividade trabalhada contam-se, no máximo, com três acadêmicos e um PS por turma; a organização geral do subprojeto é realizada pelo coordenador da área (CA), que é um professor de Educação Física da Universidade. Com isso, participaram do estudo, no corrente ano de 2016, os seguintes sujeitos descritos anteriormente: dezesseis acadêmicos (ID) do curso de Licenciatura em Educação Física, três professores da Educação Básica (PS) e um professor universitário do mesmo curso (CA). Para coletar os dados, definimos as técnicas utilizadas para a pesquisa de campo empregando observações (MINAYO, 2010), tendo como base apontamentos registrados pela pesquisadora (que também atuava como relatora) por meio do uso de diário de campo durante as reuniões semanais que aconteciam no subprojeto. Esses registros fazem referência aos relatos dos participantes supracitados discutidos nesses encontros, os quais se mostravam estar pautados em distintos temas como, por exemplo, assuntos relacionados à avaliação das práticas pedagógicas, apresentação do que os acadêmicos e supervisores estavam desenvolvendo nas escolas e outros. As reuniões eram realizadas no CEFD/UFSM. A partir da análise dos dados, identificamos que os discursos apontavam uma maior frequência a assuntos relacionados à teoria e à prática, não no viés que sejam tratados separadamente, mas no sentido de entender a articulação entre ambos durante a prática pedagógica. Ainda, notamos que essa necessidade emergiu a partir das dificuldades encontradas em relação à transposição dos conhecimentos apreendidos na formação inicial e o seu desdobramento na escola. Em relação aos termos 'teoria' e 'prática', ambos sendo um dos assuntos que teve mais ênfase de debate e discussões nos encontros do subprojeto, também continuam se apresentando, por vez, de modo incompreensível de articulações na prática pedagógica docente. Para Marques (2003), instituir lugares distintos para teoria e prática é considerado um equívoco, onde devem ser estabelecidos diálogos coerentes entre ambas ao longo de todo o curso de formação. Dessa maneira, ao dialogarmos com Figueiredo (2014, p. 32-33) para melhor compreender essa questão, o mesmo corrobora conosco em sua afirmação justificando essa dificuldade, pois, "os dilemas comumente abordados relativos à formação inicial, propriamente, nas licenciaturas, focalizam a falta de articulação entre teoria e prática e de unidade no processo de formação, pela dicotomia entre formação especifica e formação pedagógica [...]". Os achados deste estudo e as ações realizadas no subprojeto PIBID trazem como colaboração muitas reflexões, vivências e trocas de experiências para todos os agentes participantes, exclusivamente, para a formação acadêmica dos bolsistas ID, a fim de auxiliá-los a entender melhor sobre a sua formação inicial, a sua inserção precoce na escola e, desde cedo, a pensar em soluções para os desafios que se instalam nas distintas realidades escolares enquanto no papel do exercício docente. Sendo alguns dos principais motivos notados sobre a procura dos acadêmicos para participarem em projetos de extensão, como o PIBID, para suprir o que fica a desejar durante a sua formação inicial e o que pode facilitar futuramente a sua atuação no campo profissional. Outro aspecto importante possibilitado pelo PIBID aos acadêmicos ID foi ao fornecer a estes sujeitos os elementos de compreensão e argumentação sobre as condições de trabalho, limites e outras possibilidades durante o seu processo formativo a modo de envolvê-los no debate público sobre questões que não fiquem apenas no campo de idealizações e sem base concreta para a Educação Básica, como a discussão sobre os materiais didáticos necessários e às condições de infraestrutura apresentados pelas escolas. Sendo assim, fica claro para nós, inclusive, a implicação positiva desse programa desde a inserção dos acadêmicos ao meio escolar, onde os mesmos não são meros espectadores e observadores das atividades que acontecem nos educandários à regência dos PS, mas sim eles têm a possibilidade de exercer a docência (juntos). Principalmente, quando é "exigido" planejamento, reflexão posterior e análise da própria prática pedagógica, unindo aspectos para tornar mais evidente o local de sua futura atuação profissional, bem como a fazê-los pensar "para que" e "para quem" se está lecionando. Por fim, acreditamos que isso pode ajudá-los a afastar do improviso quando desde cedo os compromissos e responsabilidades do ofício de 'ser professor' são apresentados. Palavras-chave: PIBID; Formação inicial; Iniciação à docência. Referências FIGUEIREDO, Z. C. C. (2014). Formação de professores de educação física: elementos para pensar uma epistemologia das práticas formativas. Vitória: EDUFES. GIL, A. C. (2008). Como elaborar projetos de pesquisa. 4ª ed. São Paulo: Atlas. Marques, M O. (2003). A formação do profissional de educação. 4ª ed. Ijuí: Ed. Unijuí. MINAYO, M. C. S. (2010). O desafio do conhecimento: pesquisa qualitativa em saúde. 12. ed. São Paulo: Hucitec.